terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ano novo de velhas coisas

Eu queria vomitar as palavras engasgadas por minhas espinhas
na verdade eu queria muitas coisas, mas nem aprendi
com gosto de carne suína sem abacaxi o meu paladar amargura os desejos
e ele nem conheceu o ninho
o coitado mal aprendeu a saber e já conheceu Aristóteles
é estranho saber que o meu eu sabe e nada compartilhou comigo
me desculpe você que me lê, mas eu não me leio
sou daquele tipo de pessoa que tem o dom do analfabetismo
mas eu esperava que o ano novo trouxesse novidades
mas ele trouxe os mesmos dilemas do outros tempos
tenho o dom da infelicidade
o dom do choro travado
a saga de ser persuadido por palavras doces e corpos tatuados
e naquela pele gritava o nome amor
e quem amou o meu coração?
quem desejou a sinceridade de meu corpo?
me envergonho em saber que os teus azuis não clamaram meu refrigério
eu os vi ver sangue no corpo dela
e de quem o bagulho que te tornou de pé
é dela
a mesma que sorriu pra mim e envelheceu as coisas novas 

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