Acame o teu calor por entre corpos e lençóis. Destrone o meu porto. Desvie o meu percurso e ensine ao meu gozo o caminho de outros cursos. Sem curso de alfabetização. Me dê novidades ou invente histórias loucas. Minta pra mim, mas despista para que eu não saiba. Isto não lhe recobrará muitos esforços.Tenho beleza nas vísceras e estranhamentos na face. Digo, sou feio! Fito minha imagem no espelho e a fita que costura o auto amor e aceitação desata o nó do compromisso e engasga o nó que desafina o tom de minha garganta. Olho-me no espelho e o os meus olhos me respondem em reflexos espontâneos de desaprovação. Beleza não se põe em mesa, mas te leva para cama. Acamado e sem calma fundo o meu peito ao colchão tão duro quanto a mesa de jantar da sala, mas ninguém se alimenta de minha carne, não colore minhas maças, nem apalpam minhas batatas. Sou alimento anti-vegetariano. Sou gastronomia indigesta. Sou belo sem beleza ao olho nu.
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