Deixe-me chorar
Tenho um rio feroz aqui nos olhos
Deixe minhas emoções destruírem minhas seguranças
Sou o dono do não sei
Talvez filho bastardo das dúvidas
Certamente legítimo do medo
Será que é ilusão ver a mim no espelho?
Deixe-me ser criança indefesa e mimada neste chão que agora piso
Eu que piso em chãos que não possuo
Eu que viajo nas nuvens que me são passageiras
Eu sem teto, sem cabeça pra conversar
Choro tímido no interior de meu peito
Sem jeito rasuro minha maquiagem de paz
Eita coração que embaralha no peito
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Eu não beijo os beijos que beijo
Eu sinto teu paladar e descubro o que comeu ontem no almoço
Eu almoço teu corpo como carne sapecada no rolete
Ingiro os teus calafrios como se fossem água potável
Eu sugo teus fluxos e livramentos
Sou daquelas pessoas baixas que expelem palavras torpes
Te chamo pelos nomes mais hostis
Te nomeio puta, vadia e ordinária
Na verdade, eu minto em cada um dos espasmos que subscrevem teu riso
Com o tempo a gente aprende deixar de ser agente de nós
E então agimos contra o nosso favor
Suturas de amadurecimentos
Cicatrizes transferidas das fronhas e lençóis que trocamos
Entre pequenas mortes e minúsculas camisas o que vamos descobrindo?
Cobrimos e descobrimos minha torre, nem sempre impetuosa
Mas nada descobrimos de nós
Gozamos solitários e o restante do nosso corpo goza de nós
Ainda sinto o calor de tua gengiva bonita
Eu gosto de gengivas
E também dos alimentos que restam entre um dente e outro
Me alimento de teus restos
O que mais poderia esperar de mim?
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Raquelando os dias
Aniversário 1 ano - Raquel |
Parece... mas não foi ontem que elazinha completou o seu primeiro ano de vida. "O tempo passa, o tempo voa e" as minhas rugas já não continuam numa boa, rs!
Vigésimo oitavo dia do primeiro mês da década de 90, nascia a minha caçula irmã, Raquel.
Lembro-me como se fosse agora, os preparativos para a chega, papai na euforia de receber a sua primeira menina, mamãe na realização de poder enfeitar de laçarotes e leses a sua única princesa. Bem, acho que o INsano-mor está ficando velho. Alguém teria uma leve dose de botox?
Raquelando os dias
Menininha, vem brincar de envelhecer
Deixe os anos de inscreverem gargalhadas
Deixe os risos colorirem o paladar
Vem pra vida
Princesinha, me encante uma canção
Para que encontre os desenhos das nuvens
Vamos pintar o rio de cor-de-rosa ou urucum
Vamos ser estranhos e sermos nós
Roubemos os nós das gargantas
E amarremos as mãos
Oh, chatinha, vem correr juntos
Massagear as risadas com cócegas
Briguinhas
Roubos de chocolates
Biri-biribá, continuemos a brincar
Hoje ainda é vinte e oito
Está longe o carnaval da maturidade
Vamos Valdemyzar os sabores
Mateusalizar os tons de agudo
E por fim raquelizar os dias
Para que quando o sol se pôr ainda se levante a bandeira branca
Refletida no negro de nossa cor de dizer "te amo"
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Eu. Naufrágio
Chega de papo
E papa a minha carne
O meu fogo está cozinhando o meu humor
Sinto em terras firmes o meu rio florescer
Hoje é sexta
E se fosse segunda ou quarta
O mesmo canto eu iria querer
Sou tempestade independente dos ventos
Sou saudade independente dos colos
Venha como vulcão e me cola nas paredes de tua casa
Destrua as paredes de minhas futuras gerações
Gere em mim suturas e abrigos
Costura as minhas aberturas
Ou preenche minhas cavidades solipsistas
Me queira em tua cama
E arme barraca em meu terreno para abrigar o teu corpo
Guerreie e sinalize paz em meu tesouro
Seja amor, mas não me ame
Me come e rumine
Nojento
Tal como é o prazer e a vida
Chega de poesias
E rima
Rema
E eu? Sorrio em me afogar
Em ti
E papa a minha carne
O meu fogo está cozinhando o meu humor
Sinto em terras firmes o meu rio florescer
Hoje é sexta
E se fosse segunda ou quarta
O mesmo canto eu iria querer
Sou tempestade independente dos ventos
Sou saudade independente dos colos
Venha como vulcão e me cola nas paredes de tua casa
Destrua as paredes de minhas futuras gerações
Gere em mim suturas e abrigos
Costura as minhas aberturas
Ou preenche minhas cavidades solipsistas
Me queira em tua cama
E arme barraca em meu terreno para abrigar o teu corpo
Guerreie e sinalize paz em meu tesouro
Seja amor, mas não me ame
Me come e rumine
Nojento
Tal como é o prazer e a vida
Chega de poesias
E rima
Rema
E eu? Sorrio em me afogar
Em ti
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Uma tristeza oval
Quando eu fico triste
Não rolam lágrimas de meus olhos
A alegria egoísta insiste
Em roubar da tristeza a alegria
O meu corpo reclama os dias de alvoroço
Quando eu fico triste são os meus risos que gargalham
Quando fico triste eu engano o meu mundo
Sou eu aquele que tem o dom de disfarçar a tristeza sorrindo
Que se calem os que dizem que relinchando os males espantam
Sou como cavalo cego e desfalecido que carrega sobre o lombo o peso de muitas novelas
Quando fico triste eu canto para a distração te trair
E como sirenes este canto me atrai pra profundos mares
Tão doces quanto o sabor deste rio que manancia em meus olhos
Quando fico triste apenas os meus olhos falam de mim
E da alegria escondo o soluçar
E ela responde:
Oh Val quadrilatere teus pesares
E deste esforço construa teu descansar
Dispenso
Tristeza, por favor, não vá embora
Embora não te queira aqui
Ou quero?
Respiro
E logo expirro a alergia destes guardados prazeres
Tomo fôlego sem ar e prossigo
Respiro fundo
Permito o ar adentrar frio e cortante em minhas narinas
E aliviado libero palavrões pela boca
Nos dias que fico triste eu sorrio como eu
Simples e sem maquiagem
Reto
Direto
Sem oval
Val, polipolar
Não rolam lágrimas de meus olhos
A alegria egoísta insiste
Em roubar da tristeza a alegria
O meu corpo reclama os dias de alvoroço
Quando eu fico triste são os meus risos que gargalham
Quando fico triste eu engano o meu mundo
Sou eu aquele que tem o dom de disfarçar a tristeza sorrindo
Que se calem os que dizem que relinchando os males espantam
Sou como cavalo cego e desfalecido que carrega sobre o lombo o peso de muitas novelas
Quando fico triste eu canto para a distração te trair
E como sirenes este canto me atrai pra profundos mares
Tão doces quanto o sabor deste rio que manancia em meus olhos
Quando fico triste apenas os meus olhos falam de mim
E da alegria escondo o soluçar
E ela responde:
Oh Val quadrilatere teus pesares
E deste esforço construa teu descansar
Dispenso
Tristeza, por favor, não vá embora
Embora não te queira aqui
Ou quero?
Respiro
E logo expirro a alergia destes guardados prazeres
Tomo fôlego sem ar e prossigo
Respiro fundo
Permito o ar adentrar frio e cortante em minhas narinas
E aliviado libero palavrões pela boca
Nos dias que fico triste eu sorrio como eu
Simples e sem maquiagem
Reto
Direto
Sem oval
Val, polipolar
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Nas dunas da praia do Forte
Me perco no que me procuro entender
Te fujo sem escuro
Educação que dispenso tecer
Descubro formalidades sem contornos
Coberturas sem formas
Que desformam os leitos de meus rios faciais
Eu vejo a tua ausência nas areias do forte
E minhas sensações se assinam nas dunas
Elas vão com o vento
Ainda assim não distraem de mim
Sufocam o peito que bóia
Bóia fria são respostas ao meu teor quente
Caibo no peito que acaba frio em mim
Caibo sozinho e que o São Paulo me perdoe em suas míseras verdades
Cruz e credo
Credo e cruz o meu peito fraco
Te fujo sem escuro
Educação que dispenso tecer
Descubro formalidades sem contornos
Coberturas sem formas
Que desformam os leitos de meus rios faciais
Eu vejo a tua ausência nas areias do forte
E minhas sensações se assinam nas dunas
Elas vão com o vento
Ainda assim não distraem de mim
Sufocam o peito que bóia
Bóia fria são respostas ao meu teor quente
Caibo no peito que acaba frio em mim
Caibo sozinho e que o São Paulo me perdoe em suas míseras verdades
Cruz e credo
Credo e cruz o meu peito fraco
domingo, 6 de janeiro de 2013
Quando se tem a si alugado
Pra você que sorriu
Deixo a minha dor
Pra você que cantou
Deixo a minha paz
Sensações inodor
Rosas cor de esgoto
Fluídos coloridos à mão
Lembranças que tange o meu humor
O meu partido é coração partido
O meu diálogo é experimentado
O meu prazer é sexo fudido
Sou companhia dos desesperados
Sou desespero de minha solidão
Aquela voz que cala quando grita minha fome
Nunces falsificadas de paz e auto-controle
Chances esgotadas de felicidade comum
Desejos sólidos
Arrotos finos
Coagulação que entope as vias de meus cômodos
Quando não se tem a si próprio ordenado
É no corpo dos outros que se aluga paixão
E o peito infla e expele aluguéis atrasados
Os preços se acumulam e aumentam
O meu peito diminui e sufoca o coração
Respirar
Deixo a minha dor
Pra você que cantou
Deixo a minha paz
Sensações inodor
Rosas cor de esgoto
Fluídos coloridos à mão
Lembranças que tange o meu humor
O meu partido é coração partido
O meu diálogo é experimentado
O meu prazer é sexo fudido
Sou companhia dos desesperados
Sou desespero de minha solidão
Aquela voz que cala quando grita minha fome
Nunces falsificadas de paz e auto-controle
Chances esgotadas de felicidade comum
Desejos sólidos
Arrotos finos
Coagulação que entope as vias de meus cômodos
Quando não se tem a si próprio ordenado
É no corpo dos outros que se aluga paixão
E o peito infla e expele aluguéis atrasados
Os preços se acumulam e aumentam
O meu peito diminui e sufoca o coração
Respirar
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Não fico doente por que não tenho uma namorada
No calor de minha febre que arde pra que meu peito não me leve muito a sério
Minhas insinuações transgridem a alma e trava as cordas vocais
Me calam e eu não aprendo
Me prendo nos calos de minha ronquidão em falsete
Às sete pras sete da manhã
Sete perfeições que tinjo de pecados capitais
Gula por santidade em solidão
Tal que me tumultua mutuamente na mutidão mutilada
Desde quando homem foi criado pra isto?
Desde quando cria humaniza criador?
Desde quando criador diviniza desdém?
Em minha insanidade finjo interpretar meus espasmos manual como normal
E hoje Norma sorriu pra mim no mar
E me afoguei
Ateei fogo molhado em mim
O saco de meu Papai Noel se inscreve em estrias
Dói
Corrói
Destrói as conceituais normalidades
E me desprendo das idades
Quase três décadas
Quase um inteiro
Um inteiro quase e enfermo
E sua crença
Descença e elegância entre espirros e tosses
São as palavras arranhando as tais cordas
Ah, se eu fosse um violão
Eu atrairia você e minha efermidade fluiria pra longe de mim
Tenho doença de você
E nem sei quem você é, primeira pessoa
Quando eu tiver uma namorada me dedico a adoecer
Doce e enamorado pelo mal de amar
Minhas insinuações transgridem a alma e trava as cordas vocais
Me calam e eu não aprendo
Me prendo nos calos de minha ronquidão em falsete
Às sete pras sete da manhã
Sete perfeições que tinjo de pecados capitais
Gula por santidade em solidão
Tal que me tumultua mutuamente na mutidão mutilada
Desde quando homem foi criado pra isto?
Desde quando cria humaniza criador?
Desde quando criador diviniza desdém?
Em minha insanidade finjo interpretar meus espasmos manual como normal
E hoje Norma sorriu pra mim no mar
E me afoguei
Ateei fogo molhado em mim
O saco de meu Papai Noel se inscreve em estrias
Dói
Corrói
Destrói as conceituais normalidades
E me desprendo das idades
Quase três décadas
Quase um inteiro
Um inteiro quase e enfermo
E sua crença
Descença e elegância entre espirros e tosses
São as palavras arranhando as tais cordas
Ah, se eu fosse um violão
Eu atrairia você e minha efermidade fluiria pra longe de mim
Tenho doença de você
E nem sei quem você é, primeira pessoa
Quando eu tiver uma namorada me dedico a adoecer
Doce e enamorado pelo mal de amar
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Beleza não se põe em mesa, mas te leva pra cama
Acame o teu calor por entre corpos e lençóis. Destrone o meu porto. Desvie o meu percurso e ensine ao meu gozo o caminho de outros cursos. Sem curso de alfabetização. Me dê novidades ou invente histórias loucas. Minta pra mim, mas despista para que eu não saiba. Isto não lhe recobrará muitos esforços.Tenho beleza nas vísceras e estranhamentos na face. Digo, sou feio! Fito minha imagem no espelho e a fita que costura o auto amor e aceitação desata o nó do compromisso e engasga o nó que desafina o tom de minha garganta. Olho-me no espelho e o os meus olhos me respondem em reflexos espontâneos de desaprovação. Beleza não se põe em mesa, mas te leva para cama. Acamado e sem calma fundo o meu peito ao colchão tão duro quanto a mesa de jantar da sala, mas ninguém se alimenta de minha carne, não colore minhas maças, nem apalpam minhas batatas. Sou alimento anti-vegetariano. Sou gastronomia indigesta. Sou belo sem beleza ao olho nu.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Ano novo de velhas coisas
Eu queria vomitar as palavras engasgadas por minhas espinhas
na verdade eu queria muitas coisas, mas nem aprendi
com gosto de carne suína sem abacaxi o meu paladar amargura os desejos
e ele nem conheceu o ninho
o coitado mal aprendeu a saber e já conheceu Aristóteles
é estranho saber que o meu eu sabe e nada compartilhou comigo
me desculpe você que me lê, mas eu não me leio
sou daquele tipo de pessoa que tem o dom do analfabetismo
mas eu esperava que o ano novo trouxesse novidades
mas ele trouxe os mesmos dilemas do outros tempos
tenho o dom da infelicidade
o dom do choro travado
a saga de ser persuadido por palavras doces e corpos tatuados
e naquela pele gritava o nome amor
e quem amou o meu coração?
quem desejou a sinceridade de meu corpo?
me envergonho em saber que os teus azuis não clamaram meu refrigério
eu os vi ver sangue no corpo dela
e de quem o bagulho que te tornou de pé
é dela
a mesma que sorriu pra mim e envelheceu as coisas novas
na verdade eu queria muitas coisas, mas nem aprendi
com gosto de carne suína sem abacaxi o meu paladar amargura os desejos
e ele nem conheceu o ninho
o coitado mal aprendeu a saber e já conheceu Aristóteles
é estranho saber que o meu eu sabe e nada compartilhou comigo
me desculpe você que me lê, mas eu não me leio
sou daquele tipo de pessoa que tem o dom do analfabetismo
mas eu esperava que o ano novo trouxesse novidades
mas ele trouxe os mesmos dilemas do outros tempos
tenho o dom da infelicidade
o dom do choro travado
a saga de ser persuadido por palavras doces e corpos tatuados
e naquela pele gritava o nome amor
e quem amou o meu coração?
quem desejou a sinceridade de meu corpo?
me envergonho em saber que os teus azuis não clamaram meu refrigério
eu os vi ver sangue no corpo dela
e de quem o bagulho que te tornou de pé
é dela
a mesma que sorriu pra mim e envelheceu as coisas novas
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