domingo, 15 de abril de 2012

Um sol que nasce quadrado

O convite era para assistir ao espetáculo do raiar o sol, mas minhas sinceras inssentimentalidades não me inspirava contemplar tamanho fascínio da natureza. Os meus olhos só tinham reflexos e adestrações para entender a beleza de tua pele que se contrastava com a minha tão negra quanto um chocolate meio-amargo. Eu queria no fundo de meu peito retribuir às tonturas que me entorpeciam a mente perfumada por maresias e ervas que queimavam em barracas vizinhas, mas eu não poderia mentir pra ti. Não poderia permitir as tuas pupilas verem em mim o que não esculpiam as verdades em mim. Por que sou como um barco. Não sou navio nem transatlântico. Sou à vela! E navego águas cristalinas e calmas no ímpeto desejo de secar as lágrimas das saudades que costuraram afeição à solidão que me corrompia. Eu tinha saudades de você. Tinha saudade de teus abraços que não me permitiram conhecer teu corpo e sexo. Tinha saudades de teus lábios que me produziam cada palavras que eu escutava sem precisar ouvir. Tive saudades de meu direito de ir e vir. De me sentir forte, bonito, livre. Eu sentia que todo ar que poderia o meu corpo desprender as amarras me sufocava os pulmões, como se que estrangulasse a garganta de minhas respiração. Eu tentei gritar. Tentei correr, porém tua sedução atraía o meu corpo com as ninfas que desfilavam afinações em tua voz doce, macia, moleca. Como posso? Como devo? Como nego?

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