sexta-feira, 13 de abril de 2012

Lavínnia Araújo

Anjos tomam forma de crianças e como flores delicadas passeiam pela terra de nosso peito, perfumando o mais ríspido de nossa maturidade, que como pétalas se desprendem, desbotam e caiem pelo chão de nossa caminhada. Lavínnia como chuva serôdia chega neste fim de tarde, no3/4 de parte de uma sexta-feira 13 para acalentar com brilho e graça os nossos temores e medos. Vem menina, inocente e bela para falar de amor nas dissonâncias de seu choro.
Sua mãe, minha tia, irmã de minha mãe e filha de vó, minha doce Véia coroca, me foi de companhia nos crescimentos perpassando como  a menina dos olhos de meu pai. Era a queridinha dele. E era a minha irmã-de-leite. (Risos). Provinciano, não é?Mas do mesmo leite que me amamentou os ossos que hoje esboçam vida e insanidades a alimentou o corpo franzino e pequeno de uma menina de apenas seis meses de gestação. Lavínia? Não, ela veio ao seu tempo, veio pra fazer de sua mãe mulher e ser marco. Veio pra trazer outras cores num lar preto e branco. Veio tão branca como a neve, uma branca de neve que me faz sentir-me como um anão de um metro e setenta centímetros de estatura. Cabeluda. Menina. Princesa. 
Fico nesta distância de trezentos quilômetros imaginando as curvas que salientam sua face. O cheiro que a recobre como identidade. O choro que me embalaria os risos. Fico a imaginar logo os seus primeiros passos, gritos e pirraças. Fico a desenhá-la criança, menina e depois mulher que continuaria todas as histórias e canções que eu nunca aprendi a cantar. 
Lavínnia, que se seja a tua música neste dia, o amor de ser bem-vinda!

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