domingo, 4 de dezembro de 2011

Carpe diem

De vez enquando eu espero o tempo correr
e estes momentos são o tempo que ele mais anda devagar
paralisa as rugas e
irrita o meu ânimo ancião
os sábios ou pseudo-conhecedores da filosofia vida
ruminam em meus olhos caracteres de
prescrição de medicamentos homeopáticos
como se minhas intenções pudessem ser domadas
por treinamentos baratos e estúpidos imaturos
não sou santo nem ando à procura de milagres preparados
não sou como bula de remédio que te administra doses
não sou como manual de eletrodoméstico
na realidade não sou domesticável
sou silvestre, selvagem, sou arisco
e arrisco acertar-me aos desencontros de meu próprio tempo
e lamento solto
não saber apreciar os créditos finais de tua trama
nem tampouco as notas clássicas das melodias que as desfilam
eu não escrevo músicas
eu canto solidão acompanhado
e em tempo e outro denuncio em minha irritabilidade taurina
as mais secretas insinuações incestuosas
como numa cena de filme sensacionalista
sem surpresas e com premeditações
tem tempos que perco o tempo
tentando entender
o que só o tempo apreciado caberá de revelar
dez e dez não completam zero hora e vinte cinco minutos
nem noventa minutos de bela trama
o desejo de tua companhia ser
o único tempo que eu queria saber degustar
desculpe-me, senhor
que meus contornos constrói à três pinceladas
mas a mente nem desenhando compreende
infantil
ainda sou gigante em minhas soberbas
ainda sou menino que nem pedalar sabe
desculpe-me, mas tenho andado sem tempo pra amanhã

2 comentários:

  1. Arrasou, Valdemy! "desculpe-me, mas tenho andado sem tempo pra amanhã" ;)

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  2. Gostou? Ebaaaaa.... que massa! Nao sabe como me fez feliz agr! Bjoooo! Ate semana que vem!

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