quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amores novos platônicos

Não era paixão, afinal ninguém pode se banhar no mesmo rio ao mesmo tempo, mas eu sabia que no fundo de meus olhos o que eu escondia era um fogo diferente revelado em desculpas profissionais.
O que o meu corpo desejava era ser escrevinhado por seu grafite 0,7 milímetro e então naquele A4 em branco debruçar minhas sombras pecaminosas.
Que vontade insaciável eu tinha de morder aqueles lábios vermelhos aveludados. Que vontade eu tinha de me inundar naquelas salivas gosto de laranja gelada, eu queria me refrescar naquelas minúsculas e sensíveis vitaminas e não ser curado deste vírus que me aquece centígrados mil. Que vontade eu tenho!
Eu via em seus olhos a mesma reciprocidade ardente, eu via através de suas lentes a cegueira que o mesmo tinha de suas insinuação. Eu me fazia de besta! Fingia não ler o óbvio, fingia não enxergar os risos. Fingia fugir de si. Fingia fingir pra mim e me preocupava com a próxima desculpa que sem desculpas criaria para trazer pra mim o mais novo platônico amor.

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