terça-feira, 29 de julho de 2025

TODA PARTIDA PARTE

 Cansei-me de falar do mundo e dos egoísmos carentes da humanidade. Cansei de esperar o sorrir da lua ou o nascer do sol, que nunca assumiu por ela sua paixão.

assim como é cíclico o vento, a chuva e as flores sobre o campo verde, é por descanso que meu corpo clama, minha alma sob o calor trêmulo de tua mão, desnuda o silêncio que revelei e pela paz que reside no quarto velado por edredom e cobertas nas janelas. 

quando eu for, me mandem flores, beijem minha testa e aos mais próximos amigos, sussurrem um segredo, só nosso, ao pé do ouvido uma fofoca cabeluda que acabara de saber. Eu irei rir de nós e afastar os espectros até Caronte. Mas não chorem, nem gritem. Isso é no mínimo demodê. Além deu ter já feito a vida toda. 

Ao fecharem o caixão saiam todos do ressinto e permitam que apenas os funcionários da funerária me cubra a beleza ímpar. Pra vocês ficará o meu olhar ardente, o meu acolhimento quente e a sutileza presente que habitarei em vocês.

Quando eu morrer, não lamentam minha partida.. perdoe-me cada vez que os parti o peito na procura de uma brecha desbravar para ali morar. Pois em parte, minha vida foi sobre procura por habitar. Se despeçam de mim num aceno em slow motion e muitos beijos em estamos construindo nos lábios os fagos de artifícios de um réveillon, sem espantam as aves que também virem em cortejo cantarolar Vanessa da Mata, pois quando eu for se instaurará um tempo novo, uma ciranda ingênua com os meus dois pais no céu! Deus lamentando os homens e meu pai se orgulhando que pra eternidade sobrevivi.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

PARCIAL

me sinto vazia
como se minhas palavras
tivessem abandonado o corpo
não sei mais onde termina a dor e começa o silêncio
eu escrevia para salvar aquele amor
mas ele virou um espelho quebrado
fui me cortar em versos que não voltaram
agora permaneço inteira, mas mutilada
pensei que amar fosse colar
mas amar é deixar partir
e então deixei partir com as páginas de papel
com minha voz presa na garganta
se não consigo escrever, só posso gritar com os olhos
e se silêncio me tornou invisível, hoje descubro: visibilidade = ato de sobreviver
recorto meus galhos
me deixo crescer novamente
mesmo sem som
mesmo em pedaços
me salto de dentro dessa cadeira
sem promessas, mas inteira de novo

 

domingo, 27 de julho de 2025

PRIMEIRA PESSOA DO PLURAL

os teus lábios me beijam
os teus lábios ressoam meu nome
os teus lábios tem sede de outros rios

tuas mãos me tocam
tuas mãos me dedilham Bach
tuas mãos em mim não faz canção 

nos sobra fidelidade
ou traição inocente
nos falta lealdade
somos nós 
nunca a gente

sexta-feira, 25 de julho de 2025

TAPEÇARIA DE SAUDADES

quatro travesseiros ocupam teu lugar na cama
e ainda sobra espaço na alma
aquele riso que acalma
tua presença boba

tuas palavras: erosão do peito 
nos meus olhos mora um Paraíba inteiro
sem a beleza ímpar 
que distrai a natureza 

conversas tolas, vida boa
você navega no rio de minha lágrima 
atravessa a rua, me ignora 
você é a ausência presente na varanda 
e a samambaia amarela já está 

tantos silêncios folheado de saudades 
tantos Djavans calados em frias noites 
encontros em confrontos de culpabilidade 
hoje te vi e no coração o sorriso foi açoite 
na perna uma orquestra afinou os sopros
eu perdi o ar, o tom, o tempo
no olhar o disfarce se desfez
uma solidão em calçada cheia
um perdão para cada negar

não sei, mas talvez amor não seja pra amar
uma tapeçaria de saudades
fiada por fios de inverdades

quinta-feira, 24 de julho de 2025

LEITO

No silêncio onde as palavras cessam,
teu riso ecoa — molda a sombra
da minha casa vazia

Queria tua presença, sem o peso
da ausência, sem o lampejo fugaz
das permanências que mentem  

Queria te contar ao mundo, encontrar
desvelar os segredos da pele e da peleja,
e em meu mundo, correr de mãos dadas contigo —
como rio que se entrega ao mar,
fluindo sem condena

Cruzar o Paraíba
em ponte invisível,
só por um sorriso teu.
Tuas palavras calaram silêncios —
constelações ocultas,
teus olhos: fósforos acesos
nas paredes do peito

Tu eras mentira permitida por Deus,
doce fantasia sustentada em fé,
minha paz na tempestade

No leito do choro —
rio lento de esperanças murchas —
ergue-se, em sombras longas,
a casa velha da esperança

Mas teus braços imaginados —
campo aberto, prado eterno —
alimentam em mim
a esperança que acalma

Por ora, teu silêncio é ponte,
é trem que parte
e volta só nos meus devaneios.
E sigo...
cruzando o Paraíba de saudade,
correndo no vento
que sussurra teu nome
fonemas que se musicaliza em vão 

toca no meu peito 
e dance a honestidade mútua comigo

sexta-feira, 18 de julho de 2025

QUARTA, QUINTA, SEXTA E SÁBADO

cheguei como quem não chega,
mas se encontra
e sendo contra ou favor da maré 
se lança no mar
feito e refeito lança que não volta
sem um peito sangrar 

o dia cheio
de ausências
mas ali, o vazio me cabia
a presença daquelas vozes me acalmava 

nenhuma fala finalizada
nenhum planejamento cumprido
sem culpas nem desculpas
o gesto era verbo,
o toque, texto
e a cena visceral 

as mãos cansadas
de somente serem mãos 
foram lidas sem pressa ou pressão 

um abraço caiu em mim.
e eu, sem querer
caí junto 
para nos levantar

na tevê, a ficção era grito
mas o real era manso

há dias em que existir é só isso:
não temer deixar de ser
ou deixar seu ser partir um pouco
com a noite ao encontro da paz 

QUASE

ela era 
quase de casa
a inquilina mais fiel
que das meninas dos olhos
roubava o oceano

era dela
somente dela
todo ardor que a dor
que sufoca peito acaricia
em ritual não profano 

era dela
e só mente ela
os rabiscos escavados 
na fúria do pestanejar cerrados 

ela era
a companhia da ausência 
as lembranças que a agenda esqueceu
a renda francesa que desfiou
no esbarro da aparência apolínea 

ela era 
e quem me dera
ela não 

quarta-feira, 16 de julho de 2025

SAFELY

a intensidade residia em teus olhos 
oblíquos
assim como costuma ser a noite
foi entrega
mesmo nas palavras duras
que pediam rega
e ironizavam avidamente a regra
ele se apresentava num sorriso Da Vinci
um emocionado shakespeareano desdém
mas sua solitude era uma Tarsila 
plagiada por Dali
e de lá,
from a safe distance 
eu sorria
porque era tudo excitantemente interessante

as coisas simples são imensas
tensas quando não derramada
sobre quem de graça 
traz graça 
da graça que o silêncio ri de você 

terça-feira, 15 de julho de 2025

ACOLHER

tem gente que tem rosas no paladar
e sempre nos perfuma a alma
outros têm o sol no olhar
e no inverno acolhem a calma
há vozes que chegam como véu
cobrindo o cansaço que o mundo despe
mãos que se deitam na nossa dor
sem que a dor sequer perceba
tem presença que nem precisa entrar
pra mudar a mobília da ausência
e olhos que dizem: fica
mesmo quando o corpo não fala
um café dividido em silêncio
uma prece esquecida na mesa
e aquele gesto simples, quase nada
que veste a alma com leveza
tem abraços que nós trazem o mar
na pureza do som da Marina
ou no olhar da Carol
acolhendo as flores de sua menina


segunda-feira, 14 de julho de 2025

MISERICÓRDIA DE SENHOR

Na primeira defesa, ninguém me assistiu.
É Paulo quem diz. Mas poderia ser eu. Poderia ser você.
Mas ninguém veio.
E como dói quando a ausência vem justo de quem prometeu permanecer.
E é aqui que tudo muda.
A solidão não teve a última palavra, porque a fidelidade de Deus falou mais alto.
E a mim, essa passagem diz tanto.
Porque somos frágeis.
Somos carne tentando não morrer em si mesma.
Somos pequenos esperando amor em forma de cuidado, um olhar, empatia.
Paulo não romantiza o abandono.
Ele nomeia: "todos me deixaram".
Mas também testemunha o livramento:
"fiquei livre da boca do leão."
E não precisa ser literal.
A boca do leão pode ser o medo que mastiga por dentro, a dúvida que rosna nas madrugadas, ou a vaidade dos que se dizem "irmãos" e viram o rosto.
O leão pode ser o sistema. Pode ser o ego. Pode ser o grito engolido, atravessadamente sufocado na garganta.
Mas o livramento vem. Sempre vem.
E não é sobre escapar ileso.
É sobre sair de pé — mesmo com cicatrizes.
E nessa travessia, me recordo do Salmista que dizia:
"O Senhor cuida de nós."
Não como quem promete uma vida sem tropeços,
mas como quem se senta ao nosso lado no escuro
e diz baixinho: “Não temas. Eu estou aqui.”
E talvez você precise ouvir isso hoje.
No meio dessa semana possivelmente turva que se inicia, fdessa geração aflita, desse corre que sufoca.
Talvez você esteja sentindo o abandono de quem deveria te defender. Mas Deus — esse Deus que não se retrai diante da nossa fragilidade — ainda assiste. Ainda fortalece. Ainda livra.
Ele não está buscando supercrentes, mas corações disponíveis e quebrantados pra serem refeitos todos os dias.
E que milagre é esse: estarmos vivos. Ainda com perguntas. Ainda com saudade. Mas com fé suficiente pra recomeçar. Todo dia há uma porção nossa da misericórdia, zelo, compaixão, renovada para cada um de nós. Isso prova que a cada manhã se inicia uma jornada nova e Deus é contigo.Essa crônica não é sobre religiosidade. É sobre o milagre que é continuar. Sobre a graça que nos encontra quando ninguém mais aparece.
Sobre o Pai que não se atrasa, mesmo quando parece calado.
Que essa semana seja um suspiro de paz.
E que, como Paulo, a gente descubra — mesmo que sozinho — que nunca esteve só.
A vida para. Tampouco Deus te desampara?

quinta-feira, 10 de julho de 2025

PROMESSAS

porque fé não é só milagre visível —
é permanecer de pé
quando tudo em volta diz que não vai dar

é estar 
cansado, mas ainda crendo,
ferido, mas ainda firme…

caminhar por dentro
ver com os olhos fechados
florescer no escuro
porque ouviu Deus prometer
e isso… foi suficiente 

só isso —
uma promessa
dita no silêncio,
cravada na alma,
forte o bastante pra sustentar
os dias que doem mais que mostram

fé não é fuga da dor,
é aliança com o propósito
é dizer “amém”
mesmo com as mãos vazias
e os olhos molhados

Mas ainda assim —
com o coração rendido

quarta-feira, 9 de julho de 2025

UM GRÃO DE MOSTARDA

Estamos todos cansados
Uns, já tão frustrados de tanto recomeçar
Outros, se vendo a força se maquiar

Estamos todos com medo
Uns, reféns dos segredos que trazem solidão
Quantas vidas eu vejo sem a vida, em vão

Estamos todos cansados
No meio de uma oração sem crer. É desistir?
O fardo que levo é pesado, e resisto ao sorrir

Mas vim só pra dizer
Que toda noite é parte do dia
Que todo mal que te parte
Até faz ferida
Cura só vem onde a dor chegou
onde o peito se quebrantou
E onde a fé
A mais pequena 
Desperta a florir

FREI VITÓRIO X SACRAMENTO

o que me alimenta é a saudade
do corcel branco que te conduzia,
pra me salvar da monotonia.
como quem rasga o tecido da tarde

na rua frei vitório, o vento sussurra
teus risos presos no calçamento,
e cada pedra da calçada murmura
o segredo antigo do nosso momento

ah, se a frei vitório nos denunciasse
ou se a sacramento quebrasse o pacto
de nos manter nas entrelinhas,
feito oração contida num ato

mas seguimos, sombra e desejo,
por essas esquinas de fidelidade,
onde o amor é silêncio e lampejo,
e o tempo se curva à nossa saudade

INVENTOS

ela é sol no meu peito 
o próprio dragão que São Jorge guerreou
eu também tentei não me queimar
me falhei em me amar
brinquei com fogo

ela é do rio o seu leito 
o sabor da saudade que minha boca não beijou
você também tentou nada falar
e me encalhei em teus segredos deixar o calar
brinquei com fogo

me cala quando fala
me cala sem calor
atrapalha os ventos 
sempre inventos do pavor

ele é só atitudes sem noção ou graça 
declarações vazias, alimentos da azia da praça 
o próprio Brasil escaldado no verão nas varandas 
teu me prometes mata virgem, mas não andas

eu sou todo lembranças da vida que passa
poesia soletradas dos escuros que te interessa
mas te quero o bem tão quanto quero pra mim 
e amanhã nosso fim será a degustação do fim 

Desculpa, Shakespeare 
se ousou eternizar histórias de amor
Romeo e Julieta morreram de amor
eu quero é viver de amar

FÉ PRA RECOMEÇAR

tão fraco, vazio
descrente, impotente
me sinto sozinho
refém de minha mente

És Tu que preciso 
de Tua proteção 
da paz, Teu abrigo
me leva pra perto do Teu coração 

Jesus, eu rendo
não posso mais
só Tua graça traz-me a paz 
eu te oferto minha vida faz
o que queres, Senhor

Jesus, entrego em Tuas mãos
meu quebrantado coração 
o meu tudo no nada está 
nas notas deste clamor
na graça do Teu favor
na espera de Ti, Senhor

pois quando eu sou fraco, eu forte sou
quando nada tenho, chega o Senhor
quando era o fim
a fé recomeçou 

domingo, 6 de julho de 2025

O CÃO DA MINHA PAZ

eu
grito o meu silêncio 
pra não enlouquecer 

transo os pensamentos 
só pra entreter

finjo alinhado ser com o respirar
"respira, não pira"
é o manta
que canta a alma
aquela paz que acalma 
meus monstros são minha fauna
eu sigo alimentando o cão da minha paz 

me abraça 
com os minguinhos me enlaça 
sem teu sorrir não tem graça 
eu sigo alimentando o vão da minha paz 

sexta-feira, 4 de julho de 2025

ME ENTREGO

seja o vento me acalma 
seja a paz em minha alma
seja luz pr'eu seguir
seja o além do fim

estou quebrado, cansado
ando descrente
no peito um amargo
mas de Ti dependente
me entrego

seja a vida da esperança 
a pureza das crianças 
seja toque, abraço 
sobre o mar os passos

sou pequeno, sou frágil 
dependo de Ti
sou pequeno, sou frágil 
Jesus, eis me aqui

quinta-feira, 3 de julho de 2025

QUE DOR

A dor é ser que não se qualifica, quantifica, educa.
Nunca pede licença, diz “obrigado”, “muito prazer” ou “por favor”.
A dor invade, rompe, transborda.
A dor se sente e se faz perceber e sentir.
Não a pode esconder, sufocar, blasfemar. A dor é santa, é casta, é vasta. Última pureza.
A dor é virgem que se deita com todos e não goza ninguém.
A dor é partido. Eu sou resto em vão.
A dor é CEP, endereço, sem retorno ou devolução.
A dor é ser que sangra em silêncio e pão.
A dor é o que minto agora.

BREU

 Tem dias que a alma desliga o som do mundo e a gente mergulha na imensidão dos sentimentos, onde só se escuta o eco gélido do que nos falta. Ou do que nos sobra no amargor do deserto.
A cama vira abrigo, prisão e cemitério de planos. Tantos planos! O celular toca e eu deixo morrer no toque. Sem me tocar de compor uma melodia de desculpas e com todas as culpas no pesar. Hoje não. Hoje não dá para inventar um vento fresco para não me espalhar aos olhares.
A ansiedade é um grito com cara de urgência — mas que corre em círculos dentro do peito, criando caminhos infindos e obscuros como uma furadeira, que martela violenta, sambando a tristeza sobre a superfície de uma parede da casa velha arquitetada entre muita mistura de cimento e barro. Ela me convence de que tudo vai dar errado e sem pestanejar tudo vira pó sobre o mão e meus pés descalços, calejados e rabiscados de tantos outros suspiros de proceder.
Lenta, vem depois, as percepções da urgência do respiro, como quem fecha as cortinas do palco e diz: acabou a peça, acabou você. Sem pausa. Sem segundo ato. Sem desfecho feliz. Breu.
Risco fósforos no escuro. Arrisco iluminar o rosto e encarar a dor. Caro é prosseguir o risco de continuar.
Dois fósforos. Três. Quatro. Um por vez. Alguns apagam, outros queimam o dedo. Mas às vezes... um ilumina o quarto todo. E o medo se revela inquilino sem inadimplência.
Tem noites que eu negocio com Deus, com o caos, com o travesseiro. Esqueço que sou péssimo no precificar. 
Vai passar, mesmo que devagar, vai passar.
A gente acha que coragem é levantar bandeira, mas às vezes é só conseguir levantar da cama. É tomar banho depois de três dias e sentir que a água não lava tudo, mas pelo menos desperta alguma coisa. Há alguma coisa ainda em mim.
É mandar mensagem pra alguém, mesmo sem saber o que dizer.
É não se punir por não ser forte o tempo todo. E sambar com aquele vento mórbido que inventei.
Tem dias que ainda escurece por dentro. Tem dias que chove por dentro. Tem dias que o sol é inverno em pleno verão. E poucos verão.
Meu riso esforçado é crônica leal de meu viver. Eu que tropeço no próprio medo. 
Dizem que existe um tipo de flor que nasce no meio do entulho. Será? Sinto em minha respiração o odor dos entulhos que guardo banhados em alfazema.
Quem me dera ser flor, e mesmo com galhos tortos, ou seca, refém dos giros das estações, resistir crescendo, embora hoje não sorrindo, quem sabe um amanhecer, florindo.
Dizem que viver é estar em paz com as estações e sob o pó da solidão de si um carnaval desfilar.


terça-feira, 1 de julho de 2025

GIZ

o peito não aprende a lição
que o silêncio 
rabiscou na lousa da carne

o riso 
esse risco falso no rosto 
desenha esperança com mão trêmula
como se a alegria
fosse só dever de casa mal feito

o giz,
esfarelado de tanto tentar ser palavra
vira poeira nos poros
coceira na alma

sede 
olhar
um só
que varre a superfície
e encontra o fundo
um abismo pequeno
do tamanho exato
do que ainda nos falta

e gargalhadas transbordam