Cansei-me de falar do mundo e dos egoísmos carentes da humanidade. Cansei de esperar o sorrir da lua ou o nascer do sol, que nunca assumiu por ela sua paixão.
assim como é cíclico o vento, a chuva e as flores sobre o campo verde, é por descanso que meu corpo clama, minha alma sob o calor trêmulo de tua mão, desnuda o silêncio que revelei e pela paz que reside no quarto velado por edredom e cobertas nas janelas.
quando eu for, me mandem flores, beijem minha testa e aos mais próximos amigos, sussurrem um segredo, só nosso, ao pé do ouvido uma fofoca cabeluda que acabara de saber. Eu irei rir de nós e afastar os espectros até Caronte. Mas não chorem, nem gritem. Isso é no mínimo demodê. Além deu ter já feito a vida toda.
Ao fecharem o caixão saiam todos do ressinto e permitam que apenas os funcionários da funerária me cubra a beleza ímpar. Pra vocês ficará o meu olhar ardente, o meu acolhimento quente e a sutileza presente que habitarei em vocês.
Quando eu morrer, não lamentam minha partida.. perdoe-me cada vez que os parti o peito na procura de uma brecha desbravar para ali morar. Pois em parte, minha vida foi sobre procura por habitar. Se despeçam de mim num aceno em slow motion e muitos beijos em estamos construindo nos lábios os fagos de artifícios de um réveillon, sem espantam as aves que também virem em cortejo cantarolar Vanessa da Mata, pois quando eu for se instaurará um tempo novo, uma ciranda ingênua com os meus dois pais no céu! Deus lamentando os homens e meu pai se orgulhando que pra eternidade sobrevivi.