num pretérito mais-que-passado
te amei
numa conjugação coloquial
de quem teme o passado
e goza os predicativos chulos
de um presente do indicativo
que nada indica além
do que resiste a milímetros
do umbigo mal curado
tão raso que ao menos
a sincronicidade compartilha
tola, tolima, tolida
há pretérito mais-que-perfeito
onde moram línguas
em riachos doces
ou pastilhas de hortelã
dissolvidas em goles
desenfreados da cevada
que tampouco Bukowski desconhece
mas antes de qualquer sonoridade falar
hidrate-se do que escorre da boca
antes mesmo de ter nome —
pois o céu da boca não mente,
e as línguas silenciam segredos
que só o suor ousa revelar
entre a constância de um vale e um pico
A poesia, essa vadia sagrada,
mora onde a fala falha:
nas entrelinhas.
e entre nós existe o querer
entre
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