quarta-feira, 11 de junho de 2025

CONVEXO

ele viu partir quem ama
em cada passo inversamente proporcional
partia em si as expectativas do agora
esquartejando o riso acolhedor 
envenenando a doçura que escandalizada 
o leito do rio de suas risadas
que desenhara em sua alma 
o colorido da face que se fez cinza
assim como céu outrora laranjado
as pernas não mais suplantavam a fé 
e assas ainda não tinha carícias
pra nós estômago voarem
soluço discreto o risco fino no coração 
sufocou em convexo o peito
que escalava a faringe 
manteve-se pleno 
assim como convinha a um imperador 
assim como aquele que nunca assumiram um amar
guerreou consigo mesmo suas culpas
e se aniquilou no paralisar
um amante
tudo era bem
tudo está bem
tudo haveria de passar 

mas e quando chora o peito o fel
vale a pena na insensibilidade dos outros
recolher o sabor e insípido gargalhar?

nesta vida solipsista só, 
bem só me resta viver
pois quem por mim choraria o meu mal?

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