sexta-feira, 14 de setembro de 2012

À Santa Hipocrisia

Por que eu sou substituto de mim
Santa Hipocrisia
Graças à ti sou quem não sou
E protegido do medo que tenho de mim
Eu não quero ser eu,
Tu és suficiente
Amo a maneira que me representas desonestamente
Me cobre com o teu manto
Contra os olhares que me diagnostificam eu
Tu me constrói de tudo o que nunca poderia ser
Santa Hipocrisa
Sei que todos duvidam das histórias que conto
Mas tu, Santa Hipocrisias, és mãe de todos
Não quero me encarar
Quero tragar cada fôlego de tua verdade
É demais para mim ser eu
Tua vida circula em minhas entranhas
E já não estranho quem me tornei
Santa Hipocrisia
Sou grato
Quando fecho os meus olhos
Desconheço o homem que vejo turvo
Proteja-me dos raios de sol
Não quero marcas sobre mim
Pra que voar como os pássaros
Se posso adornar a minha gaiola?
Santa Hipocrisia, crave tua âncora em mim
Não quero os espelhos
Se posso construir minha beleza em suas máscaras
Posso ser doce ou amargo o fel
Na sua proteção caminho distante do inferno e do céu
Você me protege-me em suas asas
Eu fujo do mundo que sonharam pra mim

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