Eu precisei desenhar pra mim as profundidades das rasuras que teu unfollow me assinou. Todavia eu não chorei, embora sentia que minhas pupilas estavam ilhadas, como cidadelas neste verão de janeiro. Mas o verão não mais aquecia teu nome, nem me chamava para o teu mar calmo e belo. Este verão inundava minhas saudades, num banho de água fria e seca.
Era muito mais que um jogo social, foi de minha casa aberta e meu mundo transparente que fantasiei nossa realidade virtual, como num cartaz de uma peça qualquer. Eu senti a confirmação desta exclusão sangrar uma dor estranha em mim, mas eram de risos que eu respondia. Eu confiei em você, e só agora vi que me permitir de fato ser eu e entregue. Vulnerabilizado pela simplicidade que tua idade me comunicava.
Meu Deus, como podemos ser tão imundos simplesmente por amar?
Talvez fosse pelo erro de amar quem de mim não era próprio, mas apenas um produto que me vendia sensibilidades e talento. Eu me envolvi no esquecimento de que onde se ganha o pão, não se come o beijo. Errei por dedicar a minha ingenuidade e beleza.
Caramba, como me sinto pequeno e inválido agora. Como me sinto um nada. Como me sinto sem cinto, sem segurança ao encontro do colapso de tuas mãos que assinaram disfarçadamente o delete.
Deram unfollow em você???? Eu armava mó barraco se fosse comigo hahahahaha
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