segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Laisa Muniz

Era uma poesia com nome e sobrenome que eu ensaiava esculpir neste fim de tarde de segunda-feira. Era a beleza das simplicidades dela que eu almejava roubar em minhas lembranças e fundir nesta singela composição de papel virtual. Mesmo à 300 quilômetros de distância, conseguia em minha pele sentir o cheiro de seu perfume e o calor de sua delicadeza feminina.
Seria estúpido pensar que caracteres de um teclado conseguiriam soletrar a sonoridade de tua voz doce, tão doce quanto as mesmas palavras que ela projetava no ar e se propagavam nos confins do universo. Ela era menina demais para ser mulher tocada por carícias momentâneas. Ela tinha o dom sacerdotal de ser aclamada para a eternidade, e era o instante presente o eterno. Era o momento que não volta o seu gozo, o seu riso, a sua graça.
Olha o que o amor me faz! Me leva a tontear-me em meus próprios conceitos de beleza e em soberba tentar relatar sua descrição. Ela era inenarrável e eu queria contá-la em meus versos. Não, a sua beleza é ímpar. Ou existe ela, ou existe ele, o meu poema. Ela e ele, já que não se culmina eu e ela.
Em acorde de lá maior fui construindo a partitura de tua canção, Laisa. Em dissonantes desconhecidas fui atraindo o canto das deusas que ministram as ondas do mar só pra trazer pro meu poema um tom de imensidão e beleza inexplicável. Assim como o mar que seduz e afoga, que seja o teu poema um mistério que se resume em amor. Que sejam as suas palavras as sonoridades humildes que cantam solenemente Laisa Muniz.

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