quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Cama, Mesa e Destino (trecho)

(...)

- Os teus seios...
- (risos tímidos) O que tem os meus seios?
- Deixe-me ver. São como o Corcovado, imperam impetuosos sobre o teu corpo. Sustentam-me como o Cristo em meu gozo. Tenho gozo só em desfilar os meus olhos em teu corpo nu.
- (tocando delicadamente a face dele) Você tem o dom de ser feliz, apenas por que ainda consegue ver o simples e fantasiar aventuras e belezas...
- Não, eu tenho o dom de ser agraciado. E da graça que suspiro a felicidade. Eu não merecia da vida tamanha dádiva, eu não merecia da vida o presente de tocar você, mais macia que as orquídeas mais nobres de meu pai. O teu cheiro. Eu estou completamente apaixonado por você. Estou besta. O que seriam destes meus dias se não houvesse encontrado contigo? O que seriam de meus risos?
- Você sorriria, mas seriam de outras piadas da vida.
- Elas não teriam a mesma graça.
- Por que você demorou para aparecer em mim?
- Estava ocupado com outros sofrimentos. Mas cada um deles que me atraíram pra ti, assim como o Corcovado rouba os nossos olhos aqui na Zona Sul. Letícia, eu posso não ter sido feito pra você, mas foi você que o universo conspirou pra mim. Acho que pela primeira vez o destino se rebelou contra o seu próprio destino traçado, apenas para permitir que nós dois nos encontrássemos. Até ele mesmo sabia que só bastaria um olhar. E depois do primeiro, eu nunca tiraria os olhos de você.
- Você é um poeta!
- Não, hoje eu sou um amante e as minhas poesias são apenas faíscas de meu amor.

(...)

Um comentário:

  1. gentem...coisas de um homem maluco...de amor.Que Ardência gente!

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