terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Leite de pedra (parte 2)

A temperatura dos cômodos estreitos daquele apartamento à beira mar se prescreveu apimentada, quente, altamente quente!O sofá foi cama, cama foi mesa, teto foi piso, parede foi chão e caminhadas animalescas desenharam rastros de fúria no chão dos que apetitosamente caminhavam sem chão e sim, flutuavam nas nuvens que se formavam da condensação de seu libido produzido na pele.
Pareciam dois cachorros o cio. Pareciam dois animais que desconheciam a compostura e os bons modos. Se bem que de um modo ou de outro, não somos muito diferentes dos animais. Que raça temos nós? Que animal enjaulamos por entre nossa pele e ossos? Eis um animal que se dependesse deles não entrariam nas listas mundiais de extinção: a carne. Esta não era fraca, mas forte e bem tratada.
Entre pronúncias de carícias e amasso aconteceu um tapa. No rosto. Forte! Seco! Chegou como um antagonista que rouba a cena. Chegou em cena em cantos de ópera e na cadência do funk ela sussurrou, bem baixinho: Se fosse pra ter carinho, eu correria para o colo de meu pai. E se for pra ser homem, que seja em caps lock. Ele entendeu o que pulsava alvo das entrelinhas e uma batalha de Mc's começou. Só canela. Só canela. De só canela preencheu o ar, quente e afrodisíaco.
Eu já havia dito outrora, que pedras quando se chocam se aquecem, queimam e seus estilhaços ferem e machucam quem as rodeiam. Basta olhar a casa como ficou, reduzida ao pó, abalada e sacudida. E a vizinhança? Estes se constrangiam, como criança que espera Papai Noel o ano inteiro, na esperança desbotada em amarelo ferrugem, de um brinquedo e é exatamente o que ganham, brinquedos e animações de fantasias. Ela não, sabia ser jovem e inocente, mas vivia dos supra sumo de suas realidades. Não, ela não tinha fantasias, mas fantasia o real e dá realeza ao gozo da vida e foram uma, duas, três e outras vezes mais. Até que de repente, o som mais esperado por todas as mulheres ouviu, mas este brochou o sua atmosfera e fez da fantasia ilusão indesejada. Eram os dois apenas na área de serviço que compreendia a cozinha, mas eram no momento três à ensaiar as projeções como em pegação de fadas contado: Ele, ela e a sonoridade que discrepava a harmonia atual.


[CONTINUA...]

2 comentários: