Eu que de tanto gargalhar
Engasguei
Penetrados foram meus pulmões pelo gás da dor
Aguei a boca de tanto amargor
Bebi dos sucos de tuas vísceras
Bebi sem ter com quem brindar
Sete longos anos sem trepar me esperam
Mas a insônia é como uma amante
Que mesmo encharcada de gozo e prazer
Ainda escala montanhas à procura de novos mananciais
E eu sequei em mim
Fundi em banho-maria o pau de minha cara
Endureci o coração com lascas de mármore
Dispensei a febre e pus o ar ártico no lugar
Masturbo-me em meu ego por esquecer
Que à dois ou três seria melhor
Em silêncio afiado,
Feito o punhal que me contempla
Interrompido pela execução do perdão
O constante mantra que minha mente entoa
Para acalmar os resquícios do meu coração
Das lembranças amargas que saboreei
Calado
Porém sorrindo
E só
Nenhum comentário:
Postar um comentário