sábado, 25 de maio de 2013

Dê-me flores quando morrer de você

Eu estava falando de nós dois
Ainda tenho tempo para desenhar o meu peito?
Peito. Não seios.
Não sabes a diferença entre sentimentos e carne
Tanto que me tornei vegetariana
Apenas para não me alimentar de você
Os animais estão para serem dominados
E eu deveria ter te colocado numa coleira de couro
Ou aprisionado as minhas sensações coradas de vergonha
Deus? Que deus?
Deus não te protege das dores do coração
Na verdade é ele mesmo quem planta espinhos nas rosas
Só pra que te espetem a bravura
Só pra que despertem as delicadezas das pétalas
E foi ele quem as pintou
Você não pode aprender com elas
E os espinhos não te calejaram os dedos que me acariciam
Não me lê
Não me cheira a mente
Apenas as transpirações da pele
Só pra que você tenha histórias de sangue pra me contar
Por que não se deixou espetar?
Teus fluxos estão por completo comprometidos com teus contos
Conte-me outra, por favor de teu deus
Oxalá, você conseguisse se ver
Quem me dera minhas lágrimas pudessem refletir teus ais
Quanto tempo leva um homem para virar homem?
Quantos homens levam os homens para virar o tempo?
E o teu-nosso tempo acabou
Só falta vir o deus para as flores jogar sobre teu peito
E te cobri da beleza que sempre buscou
E se perdeu
Vá em paz
Vá sem sangue
Vá com deus

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