terça-feira, 7 de maio de 2013

Cara de cu

E então me sorriu com rugas de orifício rugoso
Tal que desconhecia o gozo de ser feliz
E se arquiteta em armações de arames lisos
Tal que escorrega fino, delicado
Tinha vontade em seus olhos
Todavia não tinha olhos em suas vontades
Vivia na vontade de se experimentar livre
E se perdia entre os vícios cotidianos
Nas artificialidades de Ades
Ou constantes overdoses de sucos verdes
Eu sorria, fumava
Articulava minhas pulsações num coração mal-formado
Chorava arrependido das escolhas informadas
Ingênuas
Irritantes
Ele nesta altura do campeonato solipsista gargalhava
Debochada das fraquezas de meus argumentos
Desbotava os traços do cu que desenhara na cara ao amanhecer
Dançava passos perestálticos em minha cara
Sem privada
Sem descarga
Carregada me privei de respirar o fetum
Quando for ao banheiro,
Pelo menos feche a porta

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