Não sei. Difícil pensar em palavras quando se pensa em tudo o que não disse, ou no que meus olhos negaram distraidamente. Mais uma vez os aços do elevador abaixou as esperanças que avolumavam minha calça. Adeus. Tchau. Até o logo se resolver em matemáticas de estudante tímido de português.
Estava pensando em você agorinha. Juro. E não dividi com você a minha ideia.
Que ideia esta minha? Pensar em não pensar os pensamentos que pensamo sem pensar. Penso tanto que nem penso que deveria dizer o indizível. Simplesmente pelo jargão do medo. Perdi o medo de idealizar. Agora já nem sei me apaixonar. Confuso.
Não sei. Nunca sei saber. Normal.
Como eu queria chorar. Sabe aqueles dias em que a lágrima arranha os teus olhos, movimenta os quadris da visão clamando por vir a existência? Se inspiram em dar luz aos meus não-ditos declarados. A falta do que dizer tatuou as suas pegadas no corredor de minha, nossa, casa. Hoje habitada pelo perfume de teu banho de sal. Lavei os meus cômodos com o seu sal de banho. Banho de sal. Ritual espiritual. Coração agridoce.
Não se perca por mim. Por mim não se acha. Se perca em ti. Não se prenda à mim. Não trago paz. Trago a paz e a vomito em fumaças que alimentam o paladar dos deuses. Pensamentos que consomem as desumanidades humanas. AH, se ele viesse se sentir meus pensamentos. Não queira nem pensar como seria. De verdade saber saber. E quem soube? O quem subir por entre as ruas do jardim e se disfarçou de Barbie e se sentiu feliz. E não foi.
Me disseram o que o melhor é pensar no que será. O sereno serenamente que o diga ao raiar o sol. Somente pra pensar em dizer.
Não sei. Curta a vida? Curta vida e longos pensamentos de não saber. Viver. Não digo que... Nada digo, já disse. Vivo em simbioses de clara ação obscura. Entende? Tudo se expressa em confusas omissões, mas juro que dava pra você saber. O que não é inteiro se vê no que digo sem pensar. E nossa casa nem pensou. Doce sal.
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