sábado, 4 de agosto de 2012

Nunca peça desculpas depois do amor

Não me venha com conversa fiada
Já paguei a dívida que futuramente poderia ter com você
Não me venha como se o nada aconteceu
Embora o tudo não se compare com as expectativas que tinha
Não me venha sem vir
Nem venha por inteiro
Pois já compartilhei nossas laranjas
Não me venha com teus sucos
Estou seco, irrigado à socos
Não me venha dizer que foi efeito do álcool
O feito que calibrou tuas palavras que me atropelaram
Massacrou-me à caminho do nós
Não me venha sendo meio homem
Não me venha sendo meio sexo
Já deslizei o dedo pelo botão de sua estação de rádio predileta
Já abotoei a minha camisa verde
Eu não quero
Eu não quero o teu fumo sobre mim
Não me venha com o teu verão
Minha estação canta inverno
Não me venha com tuas palavras que não entendo
Nem tua liberdade espero
Parto antes de tua prisão
Não me venha com o eu que me completa
Não me venha com quebra-cabeças
Pois é o meu coração que se perde partido
E minha cabeça se encontra sem ir e vir
Não venha com tua boiada
Não me venha com este rodeio de palavras iniciais
Não espero o teu capital
Não capto tua espera inocente
Por favor, não me venha com arames à me envolver
Eles sangram e não rasgam apenas camisas, mas o peito
Não me venha com falsas paixões
E fingirei que também nunca fui

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