BIA - E eu sou Bia, mas Bia mesmo. Bia de...
MIGUEL - ... Bia, não é Bia de Beatriz. Não sei por que as pessoas insistem em me chamar de Beatriz. Caralho, se estou dizendo que me chamo Bia é por que sou Bia e não Beatriz, Maria, Claúdia. É, nós já decoramos!
BIA - Eu queria ver se você ia gostar se as pessoas te chamassem de Gabriel, Samuel, ou qualquer outro "el" da vida. Pimenta no orifício rugoso dos outros não arde, né?
MIGUEL - Bia, não fode, vai...
MIGUEL - Bia, não fode, vai...
(...)
Não fode! Que palavra bonita! Nada se compara a sonoridade de "vai se foder". Libertador! E quem nunca fudeu um dia? Ou pelo menos foi fruto de uma fodidinha? Ou você é daqueles que acham que seus pais estavam lendo história de contos de fadas quando te fabricaram? Sei, deveriam estar lendo a Bíblia, livro de Cantares de Salomão. Santa sensualidade, literalmente falando. Não entendo como podemos impor tamanho pudor e mito à cerca de algo tão natural e necessário para a garantia da perpetuação da espécie humana... Uma vida repleta de pequenas mortes! Este é o significado da palavra gozar, orgasmo!... Atire a primeira pedra quem numa morreu um dia, nem que tenha sido no banheiro ou com uma Gretchen estampando uma revista. Conga la Conga!...
Já parou para pensar em como é lindo e poético conjugar o verbo fuder? Vai se fuder, porra! Eu que havia conjugado este verbo no tempo futuro, agora o pronunciava em pretérito perfeito. Há, na vida, tempo para todos os propósitos. Impaciente como sou, tenho de confessar que nunca me agradei de tal pensamento. Deveria, ao meu ver, existir tempo situado por mim para as realizações de meus propósitos, ao meu jeito. Esperar é difícil e doloroso. Esperar e estar certo daquilo que não se vê ou toca. E eu precisava mais do que isto para ser grato. Mas de repente tudo estava para se tornar real e tangível. E entre toques e dor, a primeira vez aconteceu. Eu fudi! E me fudi!... Isto agora pegou mal!
Conselho de um recente ex-virgem. Transe bêbado. Melhor, embriagado. Pelo menos não terá na memória o registro do terror que se estende à uma primeira vez. Nunca vi algo cercado de tantos mitos e lendas como uma "primeia transa". Eu só queria transar, não estava afim de experenciar a mais linda história de amor de minha vida. Não era amor, era sexo! Corpo! Gozo! Calor!... Mas você pegou e se apegou! O sexo nunca cai das vezes num mesmo lugar. Ou seria raio? Ah, vá pro raio que o parte. Vai se fuder!... O problema foi que resolvi dar ouvidos a todos os estúpidos conselhos da Alambique ambulante. Mulher sexualmente madura e banheiro de boite... No way! É muito mais simples seguir o ritual de uma punhetinha, mas no ao vivo e à cores a situação é bem diferente. O cheiro é outro, o tempo é outro. Existe de fato a presença de um alguém que não está apenas em minha mente e que não dança somente conforme minha música, mas me convida ã dançar segundo uns passos que desconheço. E me atrapalho, me perco neste pas de deux espontâneo. Não há coreografia. Não há ensaio. Não há regra pré-estabelecida. Há descoberta!
Horas para que a morte pudesse acontecer e me proporcionar pelo menos um momento de riso e satisfação. Aquela mulher me mordia como se eu fosse uma laranja em extração de suco. Tenho mais marcas no meu corpo do que a remanescente catapora da infância. Eu fui violentado. E ninguém fez nada por mim. E eu só tinha vinte e cinco anos. Uma criança indefesa à mercê de um apetite que me destroçavam os ossos. Ele queria me sugar para dentro dela e retrair de mim toda a minha energia, gente, aquela mulher era uma vampira! Tive que enfiar a estaca nela... e ela morreu! Ou será que fingiu estar morta? Ops, acho que isto não soou legal! O grande problema dos rapazes de poucos vinte anos, é que eles tem muita fome e não sabe utilizar os instrumentos, os talheres para comer o prato principal. Não saber se portar à mesa. Vão com sede ao pote e se assustam quando o pote tem muito mais água para o saciar. Crianças... Quanto mais eu conheço as mulheres, mas me apaixono pelo meu smartphone. Mas eis de confessar, tirando o álcool que me roubava a sensibilidade, foi a experiência mais gostosa de minha vida. Literalmente, gostosa! Todo mundo homem precisa viver. Todo homem precisa um dia proporcionar vida!
Sei, pensou que já estava acabando a história de hoje. Mas quando foi que não apareceu a Bia em meus dias de paz?
BIA - E aí, foi bom pra você? Me conta... vai!
Ela propôs um brinde para todo o bar. Em minha homenagem. Parecia aquelas mães que comemoram a primeira menstruação de suas filhas. Santo constrangimento! ... Rito de passagem nobre, meu jovem... Ela fez leilão de meu pau, me anunciava como um produto em promoção no mercado. O meu corpinho que mamãe passou talquinho e cuidou com amor! Os caras, todos, me davam aquele caloroso tapa no ombro. A minha comanda foi zerada. Não, não pagaram pra mim, eu paguei uma rodada e outras tais para todos. Coisas do tribufú da Bia. E virei o mais novo ex-virgem do pedaço. O último? Não sei... desça outro campari, sme laranja, por que a noite é uma criança, retida na camisinha, é claro!
Já parou para pensar em como é lindo e poético conjugar o verbo fuder? Vai se fuder, porra! Eu que havia conjugado este verbo no tempo futuro, agora o pronunciava em pretérito perfeito. Há, na vida, tempo para todos os propósitos. Impaciente como sou, tenho de confessar que nunca me agradei de tal pensamento. Deveria, ao meu ver, existir tempo situado por mim para as realizações de meus propósitos, ao meu jeito. Esperar é difícil e doloroso. Esperar e estar certo daquilo que não se vê ou toca. E eu precisava mais do que isto para ser grato. Mas de repente tudo estava para se tornar real e tangível. E entre toques e dor, a primeira vez aconteceu. Eu fudi! E me fudi!... Isto agora pegou mal!
Conselho de um recente ex-virgem. Transe bêbado. Melhor, embriagado. Pelo menos não terá na memória o registro do terror que se estende à uma primeira vez. Nunca vi algo cercado de tantos mitos e lendas como uma "primeia transa". Eu só queria transar, não estava afim de experenciar a mais linda história de amor de minha vida. Não era amor, era sexo! Corpo! Gozo! Calor!... Mas você pegou e se apegou! O sexo nunca cai das vezes num mesmo lugar. Ou seria raio? Ah, vá pro raio que o parte. Vai se fuder!... O problema foi que resolvi dar ouvidos a todos os estúpidos conselhos da Alambique ambulante. Mulher sexualmente madura e banheiro de boite... No way! É muito mais simples seguir o ritual de uma punhetinha, mas no ao vivo e à cores a situação é bem diferente. O cheiro é outro, o tempo é outro. Existe de fato a presença de um alguém que não está apenas em minha mente e que não dança somente conforme minha música, mas me convida ã dançar segundo uns passos que desconheço. E me atrapalho, me perco neste pas de deux espontâneo. Não há coreografia. Não há ensaio. Não há regra pré-estabelecida. Há descoberta!
Horas para que a morte pudesse acontecer e me proporcionar pelo menos um momento de riso e satisfação. Aquela mulher me mordia como se eu fosse uma laranja em extração de suco. Tenho mais marcas no meu corpo do que a remanescente catapora da infância. Eu fui violentado. E ninguém fez nada por mim. E eu só tinha vinte e cinco anos. Uma criança indefesa à mercê de um apetite que me destroçavam os ossos. Ele queria me sugar para dentro dela e retrair de mim toda a minha energia, gente, aquela mulher era uma vampira! Tive que enfiar a estaca nela... e ela morreu! Ou será que fingiu estar morta? Ops, acho que isto não soou legal! O grande problema dos rapazes de poucos vinte anos, é que eles tem muita fome e não sabe utilizar os instrumentos, os talheres para comer o prato principal. Não saber se portar à mesa. Vão com sede ao pote e se assustam quando o pote tem muito mais água para o saciar. Crianças... Quanto mais eu conheço as mulheres, mas me apaixono pelo meu smartphone. Mas eis de confessar, tirando o álcool que me roubava a sensibilidade, foi a experiência mais gostosa de minha vida. Literalmente, gostosa! Todo mundo homem precisa viver. Todo homem precisa um dia proporcionar vida!
Sei, pensou que já estava acabando a história de hoje. Mas quando foi que não apareceu a Bia em meus dias de paz?
BIA - E aí, foi bom pra você? Me conta... vai!
Ela propôs um brinde para todo o bar. Em minha homenagem. Parecia aquelas mães que comemoram a primeira menstruação de suas filhas. Santo constrangimento! ... Rito de passagem nobre, meu jovem... Ela fez leilão de meu pau, me anunciava como um produto em promoção no mercado. O meu corpinho que mamãe passou talquinho e cuidou com amor! Os caras, todos, me davam aquele caloroso tapa no ombro. A minha comanda foi zerada. Não, não pagaram pra mim, eu paguei uma rodada e outras tais para todos. Coisas do tribufú da Bia. E virei o mais novo ex-virgem do pedaço. O último? Não sei... desça outro campari, sme laranja, por que a noite é uma criança, retida na camisinha, é claro!
(...)
BIA - E aí, comedor? Acordou bem?
MIGUEL - Pára com isto, né, Bia?
BIA - O cara mais invejado do pedaço...
MIGUEL - Poderia ser bem diferente, né? Mas tua boca...
BIA - Mas que sexo selvagem, hein! Quantas marcas! Você está mais mordido.Um Dálmata!
MIGUEL - Eu sou selvagem!
BIA - Não foi o que ela me disse...
MIGUEL - Ela te disse... E o que ela te disse? Bia, você...?
BIA - Vem ni mim, Dalmatazinho, que to facim facim...
MIGUEL - Bia, você a conhecia?
BIA - Sim, ela me devia uns favores.
MIGUEL - Beatrizzzzzzz!
... Não precisa esconder as marcas de tua fúria. Pra tudo há uma primeira vez e ninguém nasce sabendo. Afinal nesta vida não viemos como PHd, mas com vida e gás pra aprender e se possível com muito álcool, pois se tem álcool, é sinal que a privacidade virou uma festa...
MIGUEL - Pára com isto, né, Bia?
BIA - O cara mais invejado do pedaço...
MIGUEL - Poderia ser bem diferente, né? Mas tua boca...
BIA - Mas que sexo selvagem, hein! Quantas marcas! Você está mais mordido.Um Dálmata!
MIGUEL - Eu sou selvagem!
BIA - Não foi o que ela me disse...
MIGUEL - Ela te disse... E o que ela te disse? Bia, você...?
BIA - Vem ni mim, Dalmatazinho, que to facim facim...
MIGUEL - Bia, você a conhecia?
BIA - Sim, ela me devia uns favores.
MIGUEL - Beatrizzzzzzz!
... Não precisa esconder as marcas de tua fúria. Pra tudo há uma primeira vez e ninguém nasce sabendo. Afinal nesta vida não viemos como PHd, mas com vida e gás pra aprender e se possível com muito álcool, pois se tem álcool, é sinal que a privacidade virou uma festa...
* Próximo capítulo: "Aquela dos cigarros". Não percam!!!
eu amo os dois gente!! e amo tudo que voce escreve, sempre :)
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