sábado, 18 de dezembro de 2010

Um adeus quente num frio de dezembro

Prepotência ousada pensar ter controle sobre o sol. Filosofia barata explicar as mudanças de meus sentimentos através do círculo natural que desfila a lua, pois a lua não pensa em mim em dieta por estéticas fútil, quando engorda ou emagrece suas silhuetas. A lua não pensa em excitar o oceano, tampouco pensou você em excitar o meu.
O universo conspira os seus próprios desinteresses, registra nos dias que correm apenas suas trações inconscientes e naturais, como uma máquina que trabalha e executa suas premeditadas funções em programações por si desconhecidas. O meu mundo trabalha, lava, enxágua, torce, seca, mas destas roupas eu nunca visto, não é me permitido. As minhas escolhas por vestimentas são desproporcionais ao meu clima, corpo ou estação. Tenho um corpo "PP", mas desfilo em passarelas imaginárias em indumentária "GG".
Chego a ser motivo de chacotas universitárias, chego a ser referência para uma população, mas queria ser apenas risos ou referencial pra mim e então quem sabe aquecer e ferver meu verão, em ponto de ebulição zero. Transpirarei seco, lágrimas solidificadas no frio de dezembro!
Ensaiando tropicalidades ao som do mar que se agita em poucos metros à minha frente, desconstruo belezas e intenções seguindo atento um olhar a menos de dez centímetros de minha boca trêmula e meu coração arredio. Esperei o Recreio passar e a atração de seu conforto ao trânsito caótico de uma sexta-feira roubar os quinze minutos de diversão de mim. Passei uma Barra ao expressar o deslumbre das belezas de meu coração e só me vi dividido entre o fino do Leblon e a coisa mais linda de Ipanema, passaram muitas águas turvas entre mim, mas era tudo beleza aparente, subjetiva e rejeitada.
Se a lua interferisse em minha humanidade, ela se esconderia junto com as estrelas só pro sol raiar teu brilho e calor às oito horas da noite e bronzear nossa pele num frio de dezembro que por oito meses se instaurou num colorido preto-e-branco. Adeus!

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