Hoje enquanto na Rodoviária Novo Rio eu esperava o meu onibus chegar e para minha amada cidade chegar, eu me divertia com a diversidade irônica que me circundava. Era gente de toda espécie de gente. Gente que me dava um certo medinho.
As pessoas conversavam,riam, andavam para um lado e para o outro e como andam essa gente, parece que tem formigas motorizadas nos pés. Comem como se o instante fosse o último de suas vidas, como se fossem todas morrer num trágico acidente logo na primeira esquina quebrada pelo transporte. Definitivamente, rodoviária não um bom lugar para aqueles que vivem dietas.
Ai, meu Deus! Estou sentado à uma mesa e um senhor de idade aparente 70 anos, mas de cabelos negros bem tingidos, até parece que por Henê, e unhas bem feitas e pintada à base incolor, sentou-se numa cadeira vazia à minha frente, um milhão de outras cadeiras, mas tudo bem, devo ter cara de simpático às 7 horas. Nos primeiros minutos ele ficou calado, tomou uma Sukita. Coçou o cabelo. Agora fala compulsivamente ao telefone, provavelmente com uma pessoa bem querida e interessada ou preocupada consigo, fala, fala, fala e então abre um jornal. Juro que minha acidez matutina até questionou se o jornal era de hoje, ele não tinha cara de gente que ler jornal, ele rodopiou todos os cadernos e parou logo nas páginas das promoções da Casa Bahia. Pobre!
Ah, o jornal era o... bem estes tipinhos baratos que pagamos com uma única moeda e na tentativa de democratizar a informação embestaliza o povo com manchetes nada criativa e inteligente, mas enfim somos atraidos e identificados com o que nos é aparente.
Pensando desta maneira como descrevi no primeiro parágrafo, não seria eu povo também? Ou eu não sou povo? Pois sei, eu não sou povo. Não sei, acho sou um certo de povo, de gente evoluída, me embestalizo é com o povo e isto explica a disposição de abrir o netbook, esperar o lerdo do Windows carregar e prosear solitário sobre gente. Como como a gente e que simplesmente vive como gente.
E eu estou falando sobre o comportamento de cada uma delas. Sete horas da manhã, quase madrugada ainda, e minha falta de gente já me apavora. Cadê vocês, gente?
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