domingo, 10 de outubro de 2010

Atropelado por mim mesmo

Ontem pela manhã pensei já literalmente morto estar.
Vítima de atropelamento, junto com uma amiga, em plena Ataulfo de Paiva, no Leblon, por um motociclista irresponsável, pensei em ligeiros feixes de luz de sinapses desvendar o mistério do tal caminho escuro iluminado repentinamente por uma luz branca. Um susto! Um medo! Muitas dores!
Eram apenas 6 horas da manhã, o dia iniciara junto aos primeiros raios de sol e meu humor já amargava frustrações de uma noite não dormida e destemperada de boas emoções. O dia começava nublado, mas turvo também iniciava minhas experiências pré-morte.
Desde criança alimentava um grande sonho, o imenso desejo que me permeia até os dias de hoje: o sonho de voar, como Ícaro. Ontem eu voei e a queda, amortecida pela pancada de minha cabeça ao chão, foi inenarrável... Sonhos acontecem em quem crê e espera. Sonhos acontecem também em sinais de pesadelos.
A única coisa que pensava em todo aquele instante valorizado pela música incidental da sirene do Corpo de Bombeiros e múrmuros de curiosos que todos os palpites e opiniões não desejadas expressavam, era no que a mim era valor. Pensei o tempo todo em minha mãe, meus irmãos, família e alguns amigos, poucos amigos, bem poucos. O mais interessante foi recognitifar que não pensei em paixões, não pensei em amores... Eu não amei até a morte!
Teve um minuto que me retruquei da veracidade do acontecimento. E me culpei. Era um castigo dos céus. Mas o que de errado fiz para minha consciência me condenar?
Enfim, em honrar quem um dia foi importante, escolho honrar o meu presente. Ele é o join entre meu passado e futuro que ontem vi que por uma fatalidade pode não existir.
Por que as pessoas fazem qualquer coisa na vida?
Não sei. Sinceramente não sei.
Só sei que descobri que nada sei além do que a mim importa saber: não saber o saber e viver o saber vivendo nas ignorâncias do descobrir.
Amor é a gente querer, escolher e achar o que é de nós. Claro que na disposição de todos os dias de vida que temos, embora me encontro numa morte ilegível.

3 comentários:

  1. Amo pensar em você e na diferença que você faz. Amo te ler e tê-lo mais perto. Quero, de forma egoísta, dizer que espero que os "ligeiros feixes de luz de sinapses desvendar o mistério do tal caminho escuro iluminado repentinamente por uma luz branca" demorem muito, muito mesmo, a te encontrar. Carlinha

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  2. Já passou pela sua cabeça que alguém assim como vc ,não morre de véspera????rsrsrs.Vc ainda tem muita coisa e de uma forma bem especial e previlegiada como uns poucos e bons seres,à realizar.Conte sempre comigo,e com meu apoio e me abandone jamais...

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  3. Vcs me deixam palavras... obg por me impulsionarem a viver com bela vida, claro que nem em morte pensei, mas confesso que se ela chegasse naquele momento... Oxiiiiii! Rs!

    Que bom que Deus nos concede vida e vida em ampla abundancia!!!

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