sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Adeus soletrado em palavras poéticas

Cada dia mais eu creio nas sábias palavras que desde criança ouvi de meu pai ao me ensinar sobre sobriedade e conquistas: "na vida há tempo para todas as coisas. Para todos os propósitos..."
É incrivel como é natural nossa constante inconstância de meros mortais-humanos. Me encanto com esta mágica simplicidade de ser, mesmo não estando.
Me encanto com as construções e desconstruções da vida, com os sonhos e pesadelos, conquistas e derrotas. Encanto-me comigo e contigo.
Em 26 anos de vida é incrível perceber como e quantas vezes já emburrei, zanguei, briguei, sonhei, dancei, errei, acertei, amei, apaixonei e eternizei. Quantos "ei" ensaiei e nem em todos fui visto e vivido!
Desafio-me ao sacerdócio de ser humilde e menino, mesmo já gente grande e assim continuar a aprender e repreender os meus males.
Estado de paixão é contínuo na vida de quem vive, é natural, vital, real! E em mim não seria diferente. Amei ou me apaixonei, pois diferença ainda não sei qual é ou se realmente existe. Dizer que a paixão é passageira é dizer que nunca amei. Dizer que o amor é eterno é amputar em mim a capacidade de ser criança, menino e livre. E prisão não combina com amor.
Tem dias que o que eu mais quero é guardar o mundo em mim. Inteiro em mim e me perder em mim mesmo. Porém quando isto ensaiei, encontrei você.
O que é pensar na pessoa amada?
O que é pensar em se amar, amar e ser amado?
O que é pensar em não pensar e se perder em simples sentidos de dislexia?
Já tenho respostas para algumas destas perguntas que eu mesmo me faço. Sempre honrei o amor como ilustre na vida e embora nem sempre me permitir ao amor, amei e me honrei e fui honrado. Agora quero outras perguntas e encontrar outras respostas e descobrir outras coisas de mim, sem o intermédio de ti. Ou ainda a fantasia de nós.
Despeço-me não despedaçado, despeço e des-peço tudo que te pedi em olhares cruzados e ainda nos propositalmente arquitetados. Despeço e peço ar, ar pra respirar e ele está ao redor de mim.
Não sou uma pessoa sem passado, embora tudo o que hoje tenho seja novo. Estou amando e este amor amo diferente. Amo a minha vida e ele faz parte disto, mas um amor se cura na chegada de um novo, desde que para isto se permita.
Sou amante egoísta e não escrevo sobre minhas paixões no medo de minhas palavras roubarem de mim a essência de meu amar ou ainda dividir o amo, que geralmente bem pouco tenho, com os ouvidos meliantes que o rouba de mim aprisionado-o em corações que outrora nem apaixonado estava.
Eu que outrora não queria te mutilar em minhas inspirações de palavras, hoje faço uso das mesmas para despedir-me num adeus.

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