no sabor amargo da dor
descobri o caminho de
volta
às origens do meu real
valor
a verdade que o peito
revolta
no veneno adoçado nos
lábios
sucumbi ao que o branco
contou
nevoeiro em pensamentos
sábios
do meu povo, agora
escuto o clamor
capturados feito peça
de valor e
desvalorizado
acorrentados feito fera
todo ardor amordaçado
nos porões ecoa o frio
no odor calado o
cântico
grandes reinos por um fio
desposado no Atlântico
mas no ventre da mãe
terra
cresce a força que não
cala
a herança da luta que
aterra
no grito negro a alma exala
o grão semeado na dor
floresce com força e
cor
aflora a raiz da
ancestralidade
desperta na liberdade a
verdade
sou filho do sol e da
noite estrelada
a minha pele, a
história contada
na chama que queima não
apaga
o negro ressurge e nada
nas águas
não sou sombra nem eco
distante
sou o futuro, presente
vibrante
na dança do tempo,
minha revolução
o império negro renasce
a nação
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