Eu que ontem morri
De ri
Hoje mato a fome
Da solidão
Submergido no agridoce molho
Do choro que não hidratei
Me seco
Seco
Tratei em mordomia cristã
As unhas que ceifaram minhas gargalhadas
Rateei a partitura de seu som
Eu licenciei o silêncio nu
Ontem eu sequestrei a leveza do mundo
E imundo dancei com o chão da escuridão
Ontem à luz sorriu pra mim
Tímida
Mas cores sagradas não permanecem
Assim como o beijo que partilhamos
Com palavras que não chamam nosso nome
E nos arrumam em pedaços soltos e perdidos
Oxalá, encontrar a parte que tatua-te
Quem me dera, contar as estrelas
Que no céu de minha boca colocastes
Só para me ver dormir e salivar por ti
Eu te espero como o gozo anseia a face
Te espero em cheiro forte
E espessura densa e invasiva
E te deixo ficar
E te permito fixar o teu trono em mim
Para que não seja real o que digo
Pois o amor é plebeu
E o sorrir criadagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário