sábado, 16 de abril de 2016

As ruas de tua boca

É bossa a harmonia do som de tuas palavras
É deleite
É manjar dos pecadores 
A textura de tua boca é o que deseja
A sequidão de meus lábios 
Tão vermelha quanto o fogo
Em contraste com o alvo de tua face
Onde se transcreve tua ingenuidade de menino
Onde se reflete as artimanhas de minhas mãos 
Ah, como me refresca o menta de tua saliva
Que não mente pra mim
Que me hidrata o coração 
Que me inunda de tesão
E imunda a tensão 
E a faz se sentir pertencente ao mundo
Tão natural quanto a luz dos olhos teus
Olhos que sangra pureza
E dilacera os lugares secretos em que se esconde a paixão 
E livra o meu peito 
Do livro que por saber ler
Me recuso inscrever
Ah, se eu pudesse capturar o cheiro que foge de tua boca
E penetrar os meus olhos com o gosto teu
Ah, se as ruas de tua boca falasse de mim
Ah, se tivesse eu pernas para em ti caminhar meus indicadores
Em todo amanhecer 

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