terça-feira, 15 de abril de 2014

A vodca acabou. Acabou o amor

A vodca acabou
E com ela o amor se destilou
Em sua única gota
Pontuando em pinga-gotas meus risos
Meus lisos
Hoje meus ásperos ranger
Deito-me e entrelaço com as pernas o travesseiro
Fundo o meu sexo a penugens frias
Se casam ao reconhecimento de temperaturas
Que outrora não encontrei
São sombras já vividas
As tuas lembranças
E eu nunca pedi paz
Gostava dos gostos das feridas
Do sangue diluído em salivas
Que suavizavam partidas
Beijou meu cerebelo em nome de outro lençol
Desarrumou minha cama
E nem fio de cabelo deixou 
Pra que eu oferecesse aos meus santos
Bebeu de meu sangue
Ensanguentou meu suor
A vodca acabou
O que oferecerei aos orixás?


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