A única palavra que eu poderia dizer naquela hora era que eu o amava como sempre jurei amar os amores que outrora povoaram meu peito. Não era um amor em si diferente, era um amor como os outros. Quando se ama, ama e basta. Mas quando há paixão são as labaredas de fogo que semeiam as guerras, extinguindo a paz.
Eu ainda tinha o sabonete de teu corpo no meu paladar inocente. Tinha sua higiene nas minhas salivas, mas elas eram os únicos fluidos que o meu corpo produzia, o mais era apenas pautas corporais como coreografias contemporâneas. Eu já não o amava, ou apenas não havia mais faíscas em minhas coxas, peitos, umbigo abaixo.
Eu não entendo como um homem tão gracioso como ele poderia ser remunerado com poucas míseras carícias de terceira, mas também sabia em meu pré-consciente que era este o fato. A sua doçura e dedicação e sufocavam o espírito e desoxigenava meu carvão. Um amor é de degustação aprazível quando não é amargo, nem doce, mas delicadamente agridoce. Sem temperos de perfeição.
Eu sabia que os labirintos de seus ouvidos ansiavam por outro declarar de afetos, mas antes ouvir minhas verdades à ser surdo e ignorante. Eu vacilei?
Não queria maquiar meus verbos como os soutienes e bojos que coloco em meus adultos seios de nove primaveras para camuflar meus real despeito e medo. Pra muitos isto lê-se como inseguranças de mulher, mas pra mim se gritava como real realidade de plebeia.
Tive peito para soletrar meu saco cheio, mas não tive saco para carregar seu corpo em putrefação no peito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário