quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Conjutivite
Me confunde e retarda como se tivesse nas pontas dos dedos da mão direita o controle dos ponteiros de meu relógio biológico. Faz me sentir como uma estúpida criança que não sabe o não receber ou desprezar um punhado de balas de um desconhecido pelos jardins. Constrói no meu peito um montueiro de raiva e ódio próprio que rabisca os meus olhos de sangue quente chapiscado à areias finas que emboçam minhas pseudo-proteções. Sabia me ridicularizar em minhas idiotas emoções e sentimentos. Calava a minha visão. Secava o meu brilho. Mesclava meu preto ao branco e produzia cegueira. Queria ver produzir em mim um manancial de soro fresco e frio que pudesse acalmar meu oceano de irritabilidades, queria ver suas águas irrigarem rosas brancas que do chá eu bebia o repouso. Oh Santa Luzia, dê luz às escuridões que este amor imaturo e egoísta me produz. Seque a paixão em mim. Rache o terreno de meu coração e não faz produzir crianças sedentas de meu leite. Cale-me deste canto besta em ladainhas do amor, para que eu vejo a beleza que ainda pode haver ou surgir em mim.
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