domingo, 23 de novembro de 2025

IDEAL

te construí como um ideal
entre acolhimento nos silêncios
te reconheci feito meu mal
carências subscritas por extenso 

e era curto demais o permanecer 

te perdoei as fugas
as mesmas que criava para se achegar a mim
um labirinto fiz das ruas
as mesmas que desbravava na busca do sim

e era duro demais o anoitecer

eu tramei o teu cheiro nas fronhas de casa
chapisquei tuas confidências nas paredes
corrompendo tratados na espera pus asas
solei nosso pas de deux em redes

e era puro demais o pertencer

a casa ruiu
o rio de tanto chorar sorriu
pelo bem de nós a solidão se achegou 
amar é rio que o passado costurou 

é na escolha por nós 
que encontramos voz
para de nossas ilusões 
nos despedirmos 
e quem sabe fazer as pazes 
com o silêncio que reprimimos


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