quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Ser capital

E ser servido de qualquer amor
Amortizando a fome de minhas veias
Esse transporte público da luxúria de minha paixão
Ser desprezado pelos fluxos da cabeça
E havia intenção a beça pra pecar
Sucumbir aos suspiros da carne
Por invejar as encruzilhadas sem destino que ela se é
E desbota o seu cheiro ao transar seu sangue
Seria um pecado viver sem ver esse amor
Seria pecado não amar
Mesmo no ódio de ser escravo de seu não
E poderia haver sim
Momentos cobiçados pelo compasso do natural
Desumano seria oferecer a face à ira da santidade
Vigiai e sedes sóbrios
São Pedro
Ciente do suor que entope seus poros
Pelo amor de Deus, embriague-se de si
Sê humano e revelar no mau hálito de sua manhã suas manhas 
Concentrando no umbigo o gozo do vazio
No cansaço e preguiça de perder você 
E ser capital
O investimento principal de sua vida
O lucro do preço é tempo de teu prazer
Ser inteiro
Interno
Num sacrificado sacrilégio de respirar
Externo
Ser inteiro 
Amor
Amém 

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