sábado, 16 de março de 2013

Eu contei pra Deus. Ele chorou.

Quarto vazio. Cama quente. Coração transbordando. Palavras frias. Chove!
Nas gotas destas lágrimas de São Pedro procuro tua face.
Não encontro.
Mas ao ferir a face do chão elas gritam o teu nome.
Lanço-me ao chão. É o lugar que o teu amor me faz estar.
E eu amo. Mesmo sem experimentar amar.
O mundo ao meu redor perfura minha paz com metralhadas de razão.
Mas já a perdi. Loucamente me disponho a ti e ponho meu coração na mão do vento. O vento sempre é, por natureza, leviano, mesquinho, menino. Mas me leva.
Eu construí-me a mim. Apenas para hospedar suas sanguessugas.
Elas rejeitaram o meu sangue. Cuspiram minha vida como se fosse eu insípido.
Eu estava temperado de amor.
Agora entendi o porque do amor não encher barriga.
Emagreço.
Esguio.
Rolo na cama esperando a chuva passar. Anseio pelo sol.
Ele não vem.
Você não vem.
Paro. Continuo. Quarto vazio. Cheio da presença de tua ausência.
Me deito. Cama quente. Aquecida do fogo de meu cu.
Limpo a boca. Coração transbordando de falências.
Silencio. Palavras frias. Aquecidas por tuas promessas.
Chove. Deus não suportou tamanha emoção.
E continua a chover.
  

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