sexta-feira, 31 de outubro de 2025

OXÍTONA

no tempo de deus 
na sabedoria da deusa
na necessidade do homem
hoje choveu

pétalas desidratadas caíram
dos ecos de tuas palavras
vi uma dança solene
se coreografar em seu vazio

tantas promessas ao vento
tantas eternidades perpetuadas
quantos fins ensaiados

eu, como sempre, sertão 
você, como nunca, busca
eu, numa sútil, erosão 
você, na maestria da fuga

ontem e hoje choveu
em minhas lágrimas 
oxítona do verão 

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