quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

FRIO HOTEL

boca frutada à romã
resseca meus anseios de um amanhã 
despeço do que nem peço sã
entrego-me em intrigas vãs
me vou pagã 

descreio das rosas que falam
visito os silêncios que gritam
nas turbinas na aeronave que me levam ao céu 
e me distanciam deus

meu coração ama sem freio
o Rio de fevereiro anda arredio
a saudade me tole arrepios
clamando por paz guerreiro
me vou derradeiro

beleza à mesa devora o presente
abraços fecundados em corpos ausentes
em estilhaços de lua outrora crescente
espasmos adestrados, prepotentes
me vou rente 

nesse frio hotel de terça 
existe (eu) amor em SP

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