quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Bata a porta ao sair

Queria sorrir
Do fundo do meu coração raso, queria
Todavia só tinha forças para o desvencilhar 
Eram poucas as energias que me mantinham vivo
Me autofagia nos cemitérios de minhas recordações 
Ah, se eu pudesse te dizer de minha dores
Talvez pudéssemos replantar aquelas flores verdes
Não
Novas flores
Sim
Ainda há samba em mim
Bossa nova em desarmonia com jazz
Mas esse esqueleto em ruínas não dança mais
Dancei

Ali jaz minha voz 
Que repetidas vezes te amou
Repetidas vezes repeti em amor
Repetidas vezes vi as flores murcharem
Tão quanto murcharam minhas pálpebras 
Fluiu tanto sal que os olhos secaram
E o coração, por loucura, não conseguiu mais parar
A alma se abrigou nas pautas de tuas cartas
E nao descarta me deixar de vez
De vez em quando a gente morre
De vez em outra sorri

Quando sair bata a porta, por favor

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