terça-feira, 20 de maio de 2025

DISTINTO

eu quero a sorte de um amor tranquilo 
de correr sem destino
beijar o teu rosto ao luar

falar o teu nome
sem pronome distinto
de sentir o que sinto
eu quero o amor conjugar

se Deus é amor
se me matou por quê?
se me matou por Deus
se Deus viveu por mim

até Deus chorou 
me vendo falecer
e eu só queria viver
o amor que eu senti

se tudo era sorte 
eu era menino
e seria o meu hino
nas águas do amor me lavar

se tudo era sorte
eu vivia sorrindo
e o mundo colorindo 
com a graça de poder te amar 

sexta-feira, 9 de maio de 2025

HUMANIDADES

no fundo 
anda todo mundo carente 
ansiando um colo, olhar, um abraço 
reflexos de mentes doentes
consumidas por ego, descasos

no profundo
são poucos que riem pra gente
amarras desprendem os laços
culpabilidade perene
o brilho do olhar é um baço

empatia é olhar pra si

quinta-feira, 8 de maio de 2025

VENTO

vento me leva de volta pra casa
entregue me deito em rubro brasas
onde sussurras em ondas rasas
o anseio que escondi de mim 

pai, peça a Deus dois segundos
e no silêncio desgasto o mundo
dando razão à emoção de meu profundo 
e do medo da vida eu ponha fim 

vento volta, sim
pra uma dança inocente
onde piso no teu pé 
onde o encontro se repete

vento volta, sim
acaricia meu cabelo 
me dê cheiro, um cafuné 
eu tô molinho, entregue inteiro

quem foi que nunca viu o amor acontecer
a Deus pergunta a razão de seu viver
quem foi que nunca sentiu o rosto um tom corar
vento, se achegue
faça a brasa incendiar 

ARREBOL

a casa nunca é vazia
enquanto em mim cê habitar
nas falas que calam, nas risadas
ou ideias tolas que jurei tatuar

a ausência tua nunca foi partida
nem a presença a satisfação 
toda rua um beco sem saída 
cê no inverno faz intenso verão 

ainda em estação que não era certa
semeei em ti minha devoção 
nas chuvas dos choros, poesias discretas
colhi o colorido de teu coração 

o riso nunca é tristeza
canto do rio o anseio do mar
no olhar a moradia da beleza
em teu beijo o meu afogar

a ausência tua nunca foi partida
nem a presença a satisfação 
toda rua um beco sem saída 
cê no inverno, paz de verão 

agora que foi
volta nas voltas do sol
agora que foi
traz de volta o arrebol