Quando eu morrer
Não quero choramelas nem velas
Proibirei o velório
Não quero palco nem plateia
Quando eu morrer
Quero dialogar com a morte
Esquecer da vida
E me lembrar da feição dos dias em que não vivi
Quando eu morrer
Não mais quererei estar vivo
Não mais fugirei dos castigos
Talvez até mude meu nome em cartório
É assim confundirei os anúncios mesquinhos
Quando eu morrer
Serei eu, feliz e sozinho
Quando eu morrer
Serei sombra sob a pena
E para que não tenham pena
Não divulguem minha angústia
Não reclame a ignorância
Quando eu morrer
Que se desfaça nossa lealdade
Para que disfarça o desamor
Quando eu morrer
Proibirei as desculpas
Macularei tuas rugas
Queimarei no fogo da aurora
Quando eu morrer
Traga minha mãe
Pra que me vista
E um beijo na teste me aposente
Quando eu morrer
Deixa que eu vá
E não condenem minha morte
Quando eu morrer
Esqueça tuas crenças
É o teu julgamento me verá no paraíso
Quando eu morrer
Me deixem descansar em paz
Talvez quando me cansar da paz
Eu até retorne
Vai saber
Quem sabe torne a ser o mesmo homem
E tenha saudades do que sofri
Quando eu morrer
Não me diga o que nunca disse
Não me ame
Não insiste
Não divulgue minha carta
Minhas palavras foram pra despedir de ti
Quando eu morrer
Por favor,
Deixe-me no direito de viver
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Com dengo
A cama era de casal
E não se sentirá em casa
O quarto estava escuro
Um quarto do que seria a noite
Funebre solidão
Na companhia do incêndio sob o lençol listrado
Azul e branco
Mas eram as marcas que datilografavam tua violência vermelhas
Calombos se formavam feito samba em sua pele
As juntas se intrigavam em harmonia
Com arte as articulações iniciavam guerras
Sem dó a terra da cabeça gritava sua dor
Não havia fé nem força
Suas pernas sacolejavam feito vara de bambu
Devera ter se deitado
Mas a chuva da segunda reclamavam os seus ais
Ais que clamavam sua dor
Dor que educadamente desenhava seu prazer
Com dengo ficou
Com dengo sentiu
À noite voltou, feito ninfeta em sua graciosidade
E outra vez no quarto
A cama era de casal e vazia
E o caso era dengue e azia
E não se sentirá em casa
O quarto estava escuro
Um quarto do que seria a noite
Funebre solidão
Na companhia do incêndio sob o lençol listrado
Azul e branco
Mas eram as marcas que datilografavam tua violência vermelhas
Calombos se formavam feito samba em sua pele
As juntas se intrigavam em harmonia
Com arte as articulações iniciavam guerras
Sem dó a terra da cabeça gritava sua dor
Não havia fé nem força
Suas pernas sacolejavam feito vara de bambu
Devera ter se deitado
Mas a chuva da segunda reclamavam os seus ais
Ais que clamavam sua dor
Dor que educadamente desenhava seu prazer
Com dengo ficou
Com dengo sentiu
À noite voltou, feito ninfeta em sua graciosidade
E outra vez no quarto
A cama era de casal e vazia
E o caso era dengue e azia
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
A mulata da casa 345
Ela era bela e cinza
Os seus olhos eram cores em que desfilavam o bisturi
A sua morte fora celebrada como conquista de virgindade
A sua partida a anunciação de respostas outrora ministradas
Os homens exultavam a liberdade
Embora com o saudosismo do gosto de seu suor
Ah, era esse líquido que temperava o conservar de suas poucas alegrias
Era contrária às muitas mulheres que desconheciam o poder ser mulher
Nas curvas de teu corpo havia pecado
Nas trilhas dos lábios espermas de paixão
E em suas paixões pequenas mortes
Calaram a voz da mulata da casa 345
Suspenderam os gritos que acordariam os galos
Alvejaram as manchas amareladas de seu colchão
Assassinaram o bolero dos olhos
A escrita rupestre das unhas
O braile na pele
Assassinaram o incêndio das virgens
Mas era eterno o amor
E entre pelo, pele e poro das mulheres e homens que a conheceram
Estava registrado o seu epitáfio:
Eu sou o demônio, o capiroto, satanás
Não tenho a alegria de dezembro
Sou fevereiro
Carne, sangue, sexo, gozo
Eu sou as lágrimas das bucetas e paus
Os rios que irrigam o prazer
E despe violentamente a pureza
Destrinchado a poeira de suas negações
Eu sou o bem no mal
Sou o negado, escondido
Sou a jura
Sou tudo o que fui
Sou tudo o que deixei de ser
De amar
Querer
Viver
Sou a escolha não feita
Sou parte de mim
A parte que te afronta e amedronta
Sou espelho
Sou como todos
Sou o não sou
Sou a possessão de teu corpo
Os lábios molhados
A língua captura pelo dente
Sou terremotos em polo norte
Sou maremotos em polo sul
Sou a fraqueza das pernas
O arrepio, o espasmo, o suspiro
Sou eu quem te empresta a gargalhada
E não presta em choros
O infinito que habita o teu corpo e ama, decifra, tenta
Sou o teu nome
A revelação do mundo como primeira vez
Sou o que ficará
Sou riso
Confundida como amor
Sou paixão
Os seus olhos eram cores em que desfilavam o bisturi
A sua morte fora celebrada como conquista de virgindade
A sua partida a anunciação de respostas outrora ministradas
Os homens exultavam a liberdade
Embora com o saudosismo do gosto de seu suor
Ah, era esse líquido que temperava o conservar de suas poucas alegrias
Era contrária às muitas mulheres que desconheciam o poder ser mulher
Nas curvas de teu corpo havia pecado
Nas trilhas dos lábios espermas de paixão
E em suas paixões pequenas mortes
Calaram a voz da mulata da casa 345
Suspenderam os gritos que acordariam os galos
Alvejaram as manchas amareladas de seu colchão
Assassinaram o bolero dos olhos
A escrita rupestre das unhas
O braile na pele
Assassinaram o incêndio das virgens
Mas era eterno o amor
E entre pelo, pele e poro das mulheres e homens que a conheceram
Estava registrado o seu epitáfio:
Eu sou o demônio, o capiroto, satanás
Não tenho a alegria de dezembro
Sou fevereiro
Carne, sangue, sexo, gozo
Eu sou as lágrimas das bucetas e paus
Os rios que irrigam o prazer
E despe violentamente a pureza
Destrinchado a poeira de suas negações
Eu sou o bem no mal
Sou o negado, escondido
Sou a jura
Sou tudo o que fui
Sou tudo o que deixei de ser
De amar
Querer
Viver
Sou a escolha não feita
Sou parte de mim
A parte que te afronta e amedronta
Sou espelho
Sou como todos
Sou o não sou
Sou a possessão de teu corpo
Os lábios molhados
A língua captura pelo dente
Sou terremotos em polo norte
Sou maremotos em polo sul
Sou a fraqueza das pernas
O arrepio, o espasmo, o suspiro
Sou eu quem te empresta a gargalhada
E não presta em choros
O infinito que habita o teu corpo e ama, decifra, tenta
Sou o teu nome
A revelação do mundo como primeira vez
Sou o que ficará
Sou riso
Confundida como amor
Sou paixão
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Valdemy Braga
Just be
While the tears came down
It was thinking about the stars
It poured out its heart
It opened up its stupid mind
Trying to be gentle with itself
Trying with its all
It tried with my soul
But I was dead
Close your eyes and remember the hurts you made
Open your closet and find the character you were
Set your sex to the fire and find me
Find us
And just try do not let it go
Let your words burn in your mouth
Taste your lies
Be
However to add a insult to the injury, it started to rain
And it was afraid of the thunders
It was afraid to go into the rain and see its skin
It has been trying to have your closet's key
Trying to be gentle with you
Trying with its all
It tried with my soul
But I was dead
I was
And you never be
By the way when start to rain again
Please, do not be of anything
Take its clothing off and wait
The stars are going to appear once again
At this moment do not think
Be
Just be
It was thinking about the stars
It poured out its heart
It opened up its stupid mind
Trying to be gentle with itself
Trying with its all
It tried with my soul
But I was dead
Close your eyes and remember the hurts you made
Open your closet and find the character you were
Set your sex to the fire and find me
Find us
And just try do not let it go
Let your words burn in your mouth
Taste your lies
Be
However to add a insult to the injury, it started to rain
And it was afraid of the thunders
It was afraid to go into the rain and see its skin
It has been trying to have your closet's key
Trying to be gentle with you
Trying with its all
It tried with my soul
But I was dead
I was
And you never be
By the way when start to rain again
Please, do not be of anything
Take its clothing off and wait
The stars are going to appear once again
At this moment do not think
Be
Just be
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Vida que segue
A vida segue
Entre trancos e barrancos segue
Sem perder as estribeiras segue
É jovem e consegue ser feliz
Que seja leve como a dor
Ou mesmo breve como o vinho
Não a releve com ardor
Tampouco embale-a em carinho
A vida segue
Entre prantos e encantos segue
Sem pender-se em pirambeiras segue
É jovem e consegue ser feliz
Que seja pura como o ódio
Ou mesmo dura como o riso
Não há brandura no sódio
Tampouco ternura no siso
A vida segue
Entre ranço e espantos segue
Sem prender-se pelas beiras segue
É jovem e consegue ser feliz
Vida que segue...
Entre trancos e barrancos segue
Sem perder as estribeiras segue
É jovem e consegue ser feliz
Que seja leve como a dor
Ou mesmo breve como o vinho
Não a releve com ardor
Tampouco embale-a em carinho
A vida segue
Entre prantos e encantos segue
Sem pender-se em pirambeiras segue
É jovem e consegue ser feliz
Que seja pura como o ódio
Ou mesmo dura como o riso
Não há brandura no sódio
Tampouco ternura no siso
A vida segue
Entre ranço e espantos segue
Sem prender-se pelas beiras segue
É jovem e consegue ser feliz
Vida que segue...
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Mas turbo amor
Eu que de tanto gargalhar
Engasguei
Penetrados foram meus pulmões pelo gás da dor
Aguei a boca de tanto amargor
Bebi dos sucos de tuas vísceras
Bebi sem ter com quem brindar
Sete longos anos sem trepar me esperam
Mas a insônia é como uma amante
Que mesmo encharcada de gozo e prazer
Ainda escala montanhas à procura de novos mananciais
E eu sequei em mim
Fundi em banho-maria o pau de minha cara
Endureci o coração com lascas de mármore
Dispensei a febre e pus o ar ártico no lugar
Masturbo-me em meu ego por esquecer
Que à dois ou três seria melhor
Em silêncio afiado,
Feito o punhal que me contempla
Interrompido pela execução do perdão
O constante mantra que minha mente entoa
Para acalmar os resquícios do meu coração
Das lembranças amargas que saboreei
Calado
Porém sorrindo
E só
Engasguei
Penetrados foram meus pulmões pelo gás da dor
Aguei a boca de tanto amargor
Bebi dos sucos de tuas vísceras
Bebi sem ter com quem brindar
Sete longos anos sem trepar me esperam
Mas a insônia é como uma amante
Que mesmo encharcada de gozo e prazer
Ainda escala montanhas à procura de novos mananciais
E eu sequei em mim
Fundi em banho-maria o pau de minha cara
Endureci o coração com lascas de mármore
Dispensei a febre e pus o ar ártico no lugar
Masturbo-me em meu ego por esquecer
Que à dois ou três seria melhor
Em silêncio afiado,
Feito o punhal que me contempla
Interrompido pela execução do perdão
O constante mantra que minha mente entoa
Para acalmar os resquícios do meu coração
Das lembranças amargas que saboreei
Calado
Porém sorrindo
E só
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