quinta-feira, 16 de outubro de 2025

TUDO DEU

 Quando o chão resseca e o vento pesa em pranto

O Rio Paraíba está seco, eco de grito 

Os olhos encharcados se derramam no rito 

Que escorre pelas veias, sufoca o encanto 

A esperança se afoga, morre manso espanto 

Mas surge um gesto terno, luz no desalinho 

Mesmo no pouco que resta, há de vir o carinho 

Pois no silêncio da peste, a voz rompe o açoite 

No susto da seca, brota o dom que foi convite 

Ela que pouco tinha, muito deu

Eu que nada tinha, sobreviveu

Nenhum comentário:

Postar um comentário