Quando o chão resseca e o vento pesa em pranto
O Rio Paraíba está seco, eco de grito
Os olhos encharcados se derramam no rito
Que escorre pelas veias, sufoca o encanto
A esperança se afoga, morre manso espanto
Mas surge um gesto terno, luz no desalinho
Mesmo no pouco que resta, há de vir o carinho
Pois no silêncio da peste, a voz rompe o açoite
No susto da seca, brota o dom que foi convite
Ela que pouco tinha, muito deu
Eu que nada tinha, sobreviveu
Nenhum comentário:
Postar um comentário