sábado, 2 de novembro de 2024

Um homem que amei

 eu te guardaria nas nuvens

lá não há pensamentos

te conjugaria nos vens

de onde nascem os ventos


eu te namoraria no silêncio 

onde os olhos calam segredos

e nossos corpos tensos

nos acendem e falam em dedos


eu depilaria teu corpo 

e nu te inscreveria o desejo

assim de um jeito ríspido, louco

eu te deixo, sem deixar


seja na Lapa

ou no reservado das giras

eu em ti oferenda

você em minha boca 

tecendo rendas


às vezes você vira poeta

eu coleciono em ti rimas

para que o Rio aberta

pro Cristo

nos aproxima a cisma

Degustação

 eu chupando tua língua feito romã 

misturando saliva e o tom do hortelã 

brindando o raiar da quente manhã 

a gente sem manha

destrinchando-nos feito poncã