terça-feira, 24 de maio de 2011

Desaprendendo com as cores

Eu escrevi para ele não os poemas mais belos que em minha vida suspirei, para ele escrevi o silêncio,escrevi o que minhas palavras não se preenchiam pra falar.
Pra ele não foram escrito poesias em papel marché, ou ainda em tatuagens pelo corpo, foram piscar de olhos ingênuos dançando no desvencilhar de seus olhares mais constrangedores, pra ele escrevi na língua de coração na tradução literária de coração.
Ele estava certo das emoções que o coloriam o peito, mas chorou ao experimentar a lógica de que homem não pode dizer "eu te amo". O amor para si era mais que um nobre sentimento, era amor, e o amor por si só se basta. E bastou o seu mal.
Pelo medo que o circundava ou pela vaidade que o habitava eu fui aos poucos deixando de amar, de querer, de esperar e neste momento aprendi à escrever na linguagem da qual falam os homens, da qual fala de corpo, de rosto, de bocas, pernas, dos olhos, não do brilho e sim das cores, aprendi a desvendar as cores e desprendi a colorir meu coração.

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